O mandato dos órgãos sociais do Comité Olímpico de Portugal (COP) vai ser prolongado até ao fim dos Jogos Olímpicos de Tóquio, a decorrer em 2021, decisão aprovada hoje pela “unanimidade” da assembleia plenária do organismo.
Face às “circunstâncias extraordinárias” resultantes da pandemia da covid-19, que ditou o adiamento dos Jogos por um ano, a Comissão Executiva do COP, liderado por José Manuel Constantino, decidiu propor o prolongamento do mandato, ficando somente por definir a data precisa do ato eleitoral, “que acontecerá durante o primeiro trimestre de 2022”.
Os Jogos Olímpicos Tóquio2020, que deveriam decorrer entre 24 de julho e 09 de agosto deste ano, foram adiados para o período entre 23 de julho a 08 de agosto de 2021, devido à pandemia de COVID-19.
O mandato dos membros dos órgãos sociais tem a duração de quatro anos, coincidentes com o ciclo olímpico, porém, a pandemia alterou as regras vigentes, modificadas sempre de acordo com as orientações emanadas pelo Comité Olímpico Internacional, bem como as medidas excecionais aplicáveis às Federações Desportivas.
“A apresentação desta proposta baseou-se na ideia de permitir a conclusão do processo desenvolvido ao longo de quatro anos relativamente ao Programa de Preparação Olímpica e respetiva participação nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020 num quadro de estabilidade”, esclareceu o COP.
A adequação dos mandatos dos dirigentes das federações nacionais ao ciclo olímpico, tendo em conta o adiamento de Tóquio2020, já tinha sido aprovada pelo Governo, em 23 de abril, numa regulamentação que exclui o organismo olímpico, que está dependente dos estatutos do COP e da Carta Olímpica.
O Relatório de Atividades e Contas do COP referente a 2019 e o Plano de Atividades e o Orçamento Retificativo para 2020 foram ambos “aprovados por unanimidade”.
Foi votada favoravelmente a adoção da Declaração dos Atletas que define um conjunto comum de direitos e deveres para os atletas do Movimento Olímpico sob a jurisdição dos seus membros.
Esta iniciativa da Comissão de Atletas do Comité Olímpico Internacional “é inspirada pela Declaração Universal dos Direitos Humanos e noutros acordos, princípios e tratados internacionais de direitos humanos”.
“O seu objetivo é orientar as ações do Movimento Olímpico, reforçando o apoio aos atletas, independentemente do seu desporto, idade, género ou nacionalidade”, esclarece o COP.
De acordo com o organismo, este documento abrange temas como a antidopagem, integridade, desporto limpo, comunicação, governação, discriminação e proteção contra o assédio e abuso sexual.
Na reunião magna, o COP admitiu como “membros extraordinários” a Federação Portuguesa de Jogos Tradicionais, Federação de Ju-Jitsu e Disciplinas Associadas de Portugal, o Conselho Nacional de Associações de Profissionais de Educação Física e Desporto e a Federação Portuguesa de Lohan Tao Kempo.
Na fase de informações, o presidente da Federação Portuguesa de Canoagem, Vítor Félix, elogiou a “aproximação” entre Comité Olímpico de Portugal, Comité Paralímpico de Portugal e Confederação do Desporto de Portugal na análise da situação do sistema desportivo português e na solicitação de audiências ao Parlamento e ao secretário de Estado da Juventude e Desporto.
Já o líder da federação de natação, António Silva, falou na necessidade de existir uma "voz única" capaz de criar no poder político uma "perceção de convergência" em relação ao desporto que transmita uma ideia de força do setor.
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