Maria Tomé ficou sem palavras para descrever as emoções provocadas pelo seu 11.º lugar na prova feminina de triatlo dos Jogos Olímpicos Paris2024, na qual sentiu “uma energia extra” quando soube que estava no top 15.

“Fazer um 11º é... Nem tenho palavras para descrever. Acho que foi super bom e estou super feliz”, começou por dizer a jovem de 23 anos aos jornalistas, na zona mista junto à Ponte Alexandre III, ponto inicial e final da prova.

Estreante Maria Tomé voou na bicicleta para ser 11.ª no triatlo

Na sua primeira participação olímpica, Maria Tomé cumpriu a prova em 01:57.13 horas, a 02.18 minutos da vencedora, a francesa Cassandre Beaugrand.

Depois de sair dos 1.500 metros da natação na 39.ª posição, Maria Tomé recuperou 28 lugares, 19 dos quais no ciclismo, segmento no qual foi mesmo a melhor entre todas as participantes, incluindo Cassandre Beaugrand, que conquistou o ouro em 01:54.55 horas

“Acho que a natação, neste momento, se calhar, é o meu ponto fraco, mas sabíamos que tinha de conseguir gerir bem ao máximo, tentar não ser afogada e gerir com a corrente, porque havia bastante corrente, e eu acho que fiz uma segunda volta [na água], não sei bem como, mas inteligente e deu para chegar um bocadinho mais à frente”, detalhou.

Depois, nos 40 quilómetros de ciclismo, integrou um grupo com “uma boa ciclista”, tentando manter o mínimo de espaço para o ‘pelotão’ da dianteira.

“Quando comecei a correr disseram-me que estava dentro do top 15, portanto foi lutar até o fim. Eu já ando a sentir-me muito bem a correr nos treinos, portanto sabia que podia ser um fator positivo começar a correr ali com o grupo onde desmontei. E claro que saber que estava dentro do top 15 dá sempre uma energia extra e ouvir todos os portugueses a gritar por mim ainda mais”, revelou.

Nos 10 quilómetros de corrida, Maria Tomé tentou aguentar-se no grupo, integrado por “corredoras bastante consistentes”, tendo perdido “um bocadinho para as alemãs” no final, mas conseguindo ainda assim bater Nina Eim ao sprint, na luta pelo 11.º lugar.

“Sempre que fazemos estafeta, o diretor técnico nacional põe-me sempre em último, porque diz que eu tenho uma ponta de lança um bocadinho mais forte, portanto, foi uma de ‘ok, este lugar tem que ser o meu’ e dei tudo”, explicou, depois de ter travado uma luta com a alemã que obrigou ao recurso ao ‘photo finish’.

A jovem triatleta assume que o resultado de hoje lhe dará confiança extra para a estafeta mista, que irá disputar ao lado de Melanie Santos, hoje 45.ª, Vasco Vilaça e Ricardo Batista, em 05 de agosto.

“[Terei] Um bocadinho mais de nervos, porque não depende só de mim, depende da equipa toda. E eles dependem de mim, portanto tenho que dar o meu melhor. E temos de lutar para um lugar super próximo do pódio, porque temos uma equipa forte. E acho que é bastante possível”, reconheceu.

Tomé abordou ainda o inevitável tema da qualidade da água do Sena, mostrando-se satisfeita por poderem ter realizado o triatlo.

“A qualidade estava dentro dos limites. Não sei bem se estava no limite, ali mesmo limite… mas ao menos aconteceu hoje, eu acho que toda a gente queria que fosse hoje, porque se não fosse hoje, na sexta-feira muito provavelmente virava duatlo”, notou.