O Chefe de Missão de Portugal aos Jogos Olímpicos, Mário Santos, espera que a comitiva lusa fale a uma só voz, «sem tiros nos pés», pelo que dispensa declarações laterais que em nada ajudem os atletas.

«Otimistas, pessimistas e vozes desestabilizadoras em nada nos vão apoiar. Os atletas têm de estar concentrados nas suas adversidades, concerteza nos seus adversários diretos e em todas as condições com que se vão deparar na competição», disse, esperando uma «atitude em uníssono» em Londres2012.

Em declarações à agência Lusa, o dirigente espera que «ruído externo» não prejudique a concentração e desempenho da Missão, à semelhança de Pequim2008: «Não vale a pena andarmos a faturar medalhas antes do seu tempo ou fazermos conjeturas. Muito honestamente, a única previsão que me interessa é a meteorológica nas modalidades ao ar livre, nada mais».

Mário Santos, igualmente presidente da federação de canoagem, não quer ver repetidos os «problemas de comunicação» dos Jogos na China e espera que «todos tenham aprendido com a experiência».

«As nossas energias e concentração estão na competição e em nada lateral. E, ao final do dia e regressados a casa, nenhuma diferença fará no currículo desportivo, na imagem dos atletas e no seu resultado para o qual trabalharam longos anos», frisou.

Mário Santos recorda que «os atletas, mais do que ninguém, querem brilhar e fazer tudo ao seu alcance para vencer»: «Estou certo de que qualquer português que se orgulhe estará incondicionalmente ao lado de um português, que, num palco mundial, vai envergar a camisola do país e dar o seu melhor».

O dirigente espera que altos dirigentes desportivos e governantes atuem da mesma forma que a Missão, «em que todos os atletas são tratados de forma igual».

«Estão lá todos por mérito, são portugueses e têm o nosso apoio incondicional. Estou certo de que todos os atletas e o país estarão a apoiá-los e se não ficarmos melhor classificados será única e exclusivamente pelo facto dos outros serem melhores do que nós e não por termos andado a dar tiros nos pés», referiu.

Mário Santos entende que o «único fator de desestabilização (interno) seria a Missão não ser uma equipa» e lembrou que «todos beneficiam com os sucessos dos outros e nunca com os insucessos».

A primeira comitiva lusa aos Jogos de 2012, que integrou já Mário Santos, partiu na manhã de hoje rumo a Londres.