Questionado sobre as condições dadas aos atletas portugueses, Nelson Évora disse que “há sempre a comissão de atletas, há sempre ex-grandes campeões a tentarem influenciar, mas não se vê grandes resultados”.
“Sabemos que o poder é que manda nisto tudo. Nós somos válidos enquanto estamos na pista e entretemos as pessoas, mas não passa disso. É triste, é uma realidade, mas não me conformo com isso, vou sempre ter voz para tentar ter voz. Se me perguntarem alguma coisa, vou ser o mais justo possível. Não vou pensar no meu bolso, direi o que é melhor para a realidade do atletismo, porque sou um apaixonado pelo atletismo desde os sete anos”, assumiu.
As críticas de Nelson Évora foram também para os organizadores de provas de triplo salto a nível internacional, pedindo mais respeito para os “atletas espetaculares” que há neste momento.
“Acabam por não ser proporcionadas as condições certas para esses atletas fazerem bons resultados, antes disto o Christian Taylor [campeão olímpico] tinha feito 17,76 à chuva, mas todos os outros estiveram sempre aquém. Se formos ver a ‘start list’ até aos Jogos vê-se que foi uma época fraca, mas com grandes atletas e isso mostra que as provas foram em sítios muito difíceis de saltar e acho que merecemos um pouco mais de atenção em relação a isso”, referiu.
Mas, para Nelson Évora, agora terão de ser os atletas que “estão na berra” a falar, porque ele “há oito anos atrás teria falado sobre isso, mas neste momento ninguém dará ouvidos, pois vão achar que são desculpas”.
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