Pedro Martins parte para o torneio olímpico de badminton do Rio2016 com o sonho de prolongar o seu ‘milagre’, enquanto Telma Santos quer despedir-se dos Jogos Olímpicos igualando ou melhorando Londres2012.
“Acho que o mais difícil foi qualificar-me, porque muita gente não acreditava que conseguisse, devido a ter perdido os meus pontos todos, por ter parado por causa da lesão que tive. O mais difícil foi isso e agora tudo o que vier é bónus. Logicamente que eu vou lá com o sonho de ganhar, de chegar ao topo do pódio, mas sei também que tudo o que já fiz foi muito bom. Há quem diga que é um milagre eu ter-me qualificado”, reconheceu Pedro Martins à agência Lusa.
O atleta do Che Lagoense, de 26 anos, esteve afastado dos campos durante cerca de um ano e meio, na sequência das lesões, ao nível do sistema nervoso, causadas por um acidente de viação, que o impediam, inclusive, de pegar na raquete.
Por isso, na sua segunda participação olímpica, após a estreia em Londres2012, Pedro Martins vai sem pressão. "Continuo a treinar, todos os dias sinto que melhoro mais um pouco”, acrescentou.
Telma Santos é mais pragmática na definição de metas concretas para o Rio2016: “As ambições, em primeiro lugar, passam por dar o meu máximo e honrar ao máximo as cores nacionais. Vai depender muito do sorteio, que ainda não saiu. Claro que gostaria de igualar ou melhorar o que fiz em 2012, mas vamos ver o que vai acontecer”.
Na estreia, em Londres2012, Telma Santos foi a primeira e única atleta portuguesa a conseguir vencer um jogo de badminton em Jogos Olímpicos, mas depois desse feito a atleta de Peniche sabe que será a sorte a ditar o seu caminho.
“Obviamente que eu gostava de passar o grupo, mas vai depender muito do calendário. Podem calhar no meu grupo as números um, dois, três do Mundo e estou consciente da dificuldade que é ganhar a uma atleta desse nível. A partir daí, é dar o melhor. Uma coisa é certa: quem me quiser ganhar, vai ter de dar bem ao chinelo”, prometeu, admitindo que embora a ansiedade seja menor do que na primeira presença, o friozinho na barriga mantém-se rumo ao Rio2016.
E a cidade brasileira será mesmo o seu último palco olímpico. Quase a completar 33 anos, Telma Santos permanece firme na intenção de abandonar o badminton. “Sempre disse que queria abandonar no topo e que após o Rio de Janeiro ia parar. Embora muita gente ainda me esteja a picar [para continuar] estes serão os últimos”, confirmou.
Naquela que será a sua derradeira experiência olímpica, Telma Santos está completamente descontraída quanto a questões como o zika ou a segurança, ao contrário do que acontece com o seu cunhado.
“Se fossem os primeiros Jogos Olímpicos, acho que o zika, os assaltos, a insegurança passariam ao lado. Agora, como são os segundos Jogos Olímpicos, já penso de outra forma. Estou um bocado de pé atras de ir para lá, porque, apesar de ter ido umas três ou quatro vezes ao Brasil, nunca fui ao Rio de Janeiro e preocupa-me. Preocupa-me bastante... Vemos nas notícias homicídios e roubos a toda a hora, é muito complicado conseguir gerir esses fatores”, confessou Pedro Martins.
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