"Heróis do Mar. Nobre povo. Nação valente e imortal". Eram precisamente 10h51 em Portugal continental, 18h51 em Tóquio, quando 'A Portuguesa' começou a soar hino de Portugal tocou no Estádio Olímpico de Tóquio, enquanto a bandeira nacional subia mais alto que todas as outras, acompanhada da bandeira da China e da bandeira do Burkina Faso.
Depois de Carlos Lopes, Rosa Mota, Fernanda Ribeiro e Nélson Évora, Pedro Pichardo fez ouvir pela quinta vez na História o Hino de Portugal num pódio olímpico e já tem ao peito a sua medalha de ouro, depois do salto de 17,98 metros que lhe valeu o triunfo no concurso olímpico do triplo salto e um novo recorde de Portugal.
Emocionado, o luso-cubano não escondeu a sua euforia ao subir ao lugar mais alto do pódio, ao lado do chinês Yaming Zhu, segundo classificado, e de Hugues Fabrice Zango, do Burkina Faso, terceiro. Pichardo pegou na medalha de ouro, colocou-a ao peito e exibiu-a para a bancada. Depois, virou-se para a bnadeira nacional e escutou 'A Portuguesa'.
A felicidade de subir ao lugar mais alto do pódio e a rivalidade com Nélson Évora
"Felicidade, muita felicidade. Estou muito feliz. Ser campeão olímpico é o máximo a que posso aspirar. É o melhor que há. Ainda parece que estou a sonhar, toda a gente quer falar comigo. Tenho de esperar uns dias para perceber que é realidade", afirmou Pichardo aos microfones da RTP logo após ouvir o hino, que diz ter entoado, por detrás da máscara.
Agora, o sonho é o recorde do mundo, que espera bater até antes dos próximos Jogos Olímpicos. "Vou continuar a trabalhar para chegar a Paris como recordista do mundo. Acreditei até ao último salto que hoje podia ultrapassar os 18 metros", explicou.
O saltador luso-cubano falou ainda da rivalidade com Nélson Évora. "Nós nunca fomos amigos. Não sei porque ele confunde as coisas. Há alguma rivalidade desportiva. Para mim, se ele fala comigo ou não, não faz diferença nenhuma. Ele está sempre a dizer que ganhou tudo, mas nem a Liga Diamante ganhou. Ele já acabou a sua carreira, eu ainda não. Penso que ele nunca lidou muito bem com a minha mudança de nacionalidade", referiu.
Um triunfo confortável
Pichardo venceu o concurso com um salto de 17,98 metros, conquistando a primeira medalha de ouro para Portugal em Tóquio2020, a quarta no total, depois da de prata de Patrícia Mamona na prova feminina do triplo salto e das de bronze do judoca Jorge Fonseca (-100 kg) e do canoísta Fernando Pimenta (K1 1.000).
Pichardo abriu o concurso logo com 17.61 metros, tomando a dianteira da final. No segundo salto fez exatamente a mesma marca, antes de saltar para o recorde nacional com uns fantásticos 17.98. No quarto ensaio fez nulo, abdicou do quinto e no sexto, já com o ouro garantido, tentou o recorde olímpico e mundial mas não conseguiu.
Logo após a conquista do ouro no triplo salto e uma volta ao estádio olímpico enrolado numa bandeira portuguesa, Pedro Pablo Pichardo falou à RTP onde proferiu as primeiras declarações como campeão olímpico. Mesmo com o título, o português não parecia muito feliz. Faltou alcançar outro objetivo, além do ouro
"Eu acho que não há limites. 17.98. Estou mais feliz. Sou campeão olímpico. Queria ultrapassar os 18 metros e ser o primeiro português a fazê-lo. O que tínhamos planeado era saltar 18.40. Era essa a marca que estávamos à espera. Mas durante o aquecimento comecei a sentir alguma dor, mas consegui fazer este salto e levar a vitória para o país. Quero dizer muito obrigado a todos, pela forma como me receberam desde o primeiro dia que cheguei a Portugal", atirou.
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