O Presidente francês, Emmanuel Macron, recusou quarta-feira a possibilidade de existir bandeira russa nos Jogos Olímpicos de Paris2024, devido à invasão da Ucrânia em curso, apontando aos "crimes de guerra" cometidos pelo regime de Putin.

"Obviamente, não pode haver uma bandeira russa nos Jogos de Paris, penso que há um consenso sobre isso", disse em entrevista ao diário gaulês L'Equipe, salientando que a “Rússia não tem lugar como país numa altura em que cometeu crimes de guerra e deportou crianças”.

Questionado sobre a possível presença de atletas russos a título individual, Macron salientou que essa é uma decisão que deve ser tomada pelo Comité Olímpico Internacional (COI).

"Espero que seja uma decisão consciente do mundo olímpico (...) não é o país anfitrião que deve decidir o que o COI deve fazer (...) tenho total confiança em Thomas Bach", disse, em relação ao presidente do COI.

O Presidente da França manifestou também o desejo de ver os “ucranianos a ser envolvidos nesta reflexão”.

"A verdadeira questão que o mundo olímpico vai ter de decidir é que lugar dar a estes atletas russos, que por vezes se prepararam toda a vida e que podem também ser vítimas deste regime", referiu.

Em relação a como se devem distinguir entre atletas russos cúmplices e vítimas do regime, Macron defendeu que mundo olímpico tem de decidir.

"Essa é a verdadeira questão, e é aí que o mundo olímpico tem, em consciência, a sua opinião a dar e garantias a especificar. E isso tem de ser compreendido pelos ucranianos (...) É esse o equilíbrio que teremos de fazer", afirmou.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou, de acordo com os mais recentes dados da ONU, a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa – justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.