O atleta Samuel Barata afirmou hoje que vai participar na maratona “mais difícil de sempre” nos Jogos Olímpicos Paris2024, pela exigência da qualificação e do percurso, mas pretende almejar a metade superior da classificação.

“Vou participar na maratona mais difícil de sempre, por duas coisas, a primeira pela qualificação, pois foi necessário fazer 2:08.10 horas e ser dos melhores portugueses de sempre, para estar presente. A outra parte difícil é o percurso muito exigente. Nunca se fez uma maratona deste estilo, com uma subida muito agressiva a Versalhes. Quem conhece a geografia de Paris, sabe do que é que estou a falar”, sublinhou à Lusa.

Pronto para viajar rumo à capital francesa, sendo o penúltimo atleta a fazê-lo, Samuel Barata apontou, no aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, que a preparação correu bem, apesar de um pequeno percalço depois dos Europeus de Roma, já ultrapassado.

“Nos últimos meses, a preparação foi em função desta maratona. Tive um percalço no Campeonato da Europa, com uma pequena lesão, mas, felizmente, foi ultrapassada e treinei bem nos últimos dois meses. Estou confiante numa classificação razoável. Acho que a primeira metade da tabela classificativa seria bom para mim”, salientou o atleta.

A dificuldade do percurso da maratona pode criar uma oportunidade a Samuel Barata de se aproximar dos melhores maratonistas da atualidade, que podem mostrar maior dificuldade de adaptação às condições, até pelo calor que se pode fazer sentir no dia.

“Acho que pode ser uma oportunidade. Se calhar, os melhores atletas podem não se adaptar e, se calhar, atletas com menos valia podem fazer resultados melhores. No dia é que se sabe. Vai estar também calor, é outra condicionante. É um campeonato e não se corre para marcas, corre-se para o lugar. Estamos preparados para vários cenários e vamos à luta”, frisou o atleta, que representa o Benfica e treinado por António Sousa.

Samuel Barata expressou ainda que os Jogos têm sido uma competição “interessante”, em que todos os desportistas estão a dar o seu melhor e o nível se encontra altíssimo.

“Neste momento, as medalhas custam muito caro e estar na frente é muito difícil. Têm de ser os melhores dos melhores e, em algumas disciplinas, têm de ser os melhores de sempre. Acho que os portugueses estão a dar o seu melhor. Só lá estar já é excelente e extraordinário, pois são os melhores do mundo no que fazem. Agora, é a minha vez de embarcar e estar lá na melhor competição do mundo”, enalteceu o atleta, de 31 anos.

O português concluiu dizendo que efetuou um estágio de preparação no Quénia, onde tudo indica que poderá estar “ao nível dos melhores”, mas ciente da valia dos mesmos.

A maratona masculina, de 42,195 quilómetros, decorrerá a partir das 08:00 locais (07:00 em Lisboa) de sábado.