O município do Rio de Janeiro suspendeu na terça-feira os pagamentos às empresas responsáveis pela construção da ciclovia construída para os Jogos Olímpicos Rio2016, que desabou na última quinta-feira, provocando dois mortos.
Em comunicado, o município informou que, além da suspensão dos pagamentos, proibirá as mesmas empresas de concorrer a concursos para obras públicas, uma medida que se irá manter até à conclusão dos inquéritos que tentam determinar responsabilidades.
A mesma nota refere também que os responsáveis técnicos da obra ficarão impedidos de assinar contratos com o município até serem atribuídas responsabilidades.
Na quinta-feira, um troço desta ciclovia, que contorna o litoral da cidade brasileira sobre um viaduto recém-inaugurado, abateu devido à forte ondulação, fazendo dois mortos.
O troço do viaduto, com cerca de 50 metros, foi construído sobre uma rocha, junto ao mar, e segue paralelamente à avenida Niemeyer. Dois homens de cerca de 40 anos morreram na derrocada, ao caírem no mar juntamente com os escombros.
Segundo o relatório do Tribunal Municipal de Contas (TMC), tinham sido detetadas fissuras no troço, com a entidade a solicitar a correção destas irregularidades, um alerta que não terá merecido qualquer resposta.
O departamento responsável pelas obras da ciclovia negou ter ignorado o alerta, garantindo que as fissuras detetadas foram localizadas no revestimento e não na estrutura e que foram imediatamente reparadas.
Por seu turno, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, reconheceu que “o acidente teria sido evitado” se as anomalias detetadas tivessem sido corrigidas.
Aquele troço da ciclovia, orçada em 45 milhões de reais (cerca de 11,2 milhões de euros), já está a ser alvo de investigação para determinar as verdadeiras causas do acidente.
Este projeto, que pretende ligar toda a costa do Rio de Janeiro, será utilizado por cerca de 70.000 ciclistas por dia, segundo os cálculos da Prefeitura, que estima que fique concluído para os Jogos Olímpicos, que se realizam entre 5 e 21 de agosto.
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