O Ministério Público do Trabalho e Emprego do Brasil informou hoje que vai multar o Comité Rio2016 em 315 mil reais (87,3 mil euros) devido às condições de trabalho de funcionários em obras na Aldeia Olímpica.
Segundo os fiscais, os empregados estariam a trabalhar sem contrato e, em alguns casos, com carga horária excessiva.
"Estimamos em torno de 630 empregados a trabalhar sem carteira assinada, muitos com regime de trabalho excessivo, de até 23 horas", disse à TV Globo o auditor fiscal Hércules Ramos Terra, lembrando que se o trabalhador sofrer um acidente de trabalho ou falecer, a família não terá garantias.
Por cada trabalhador em situação irregular, a multa é de aproximadamente 500 reais (128,6 euros).
Apesar dos problemas detetados, os trabalhos não serão paralisados, por ter sido considerado que não há grave e iminente risco na situação de trabalho.
O auditor afirmou ainda que o comité organizador será também autuado por embaraço fiscal, por sonegar (ocultar à fiscalização da lei) documentos que comprovem a contratação dos funcionários.
O Comité disse ao portal G1 que "a atuação do Ministério Público sem a análise dos documentos não cumpre um acordo firmado com a Rio2016" e que a documentação será apresentada ainda hoje.
Cerca de 630 trabalhadores foram contratados com caráter de urgência nos últimos dias para resolver problemas detetados na Aldeia Olímpica, como falta de limpeza e entupimento de canos, o que gerou reclamações de várias delegações olímpicas.
Na terça-feira, o Comité dos Jogos do Rio disse que tudo estaria pronto até quinta-feira.
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