O canoísta português Samuel Amorim, campeão do Mundo de maratonas em C1 1.000 metros em sub-23, revelou hoje a ambição de estar presente no Rio2016, apesar da dificuldade em conciliar o trabalho e os seus sonhos desportivos.

«Tenho um bichinho, mas é um bocado complicado. O horário de trabalho não é compatível para ir para estágios para Montemor-o-Velho e assim é complicado. Claro que alimento esse sonho, quem é que não quer ir aos Jogos Olímpicos», disse Amorim, em declarações à agência Lusa.

O campeão do Mundo de C1 em sub-23, na especialidade de maratonas, de apenas 19 anos, assinalou a pretensão de brilhar na pista olímpica, mas tem privilegiado o trabalho remunerado na empresa do pai, na área florestal, um projeto que um dia admite assumir como seu.

«Teria de haver acordos entre a federação e o clube. Também não somos remunerados e assim é complicado para suportar alguns custos», explicou o jovem do CN Ponte de Lima a quem o selecionador de pista, o polaco Ryszard Hoppe, antevê um «extraordinário potencial» para poder brilhar no Rio2016.

Enquanto o futuro não se decide, Amorim quer em «desfrutar» o êxito obtido em Copenhaga, numa época em que também foi vice-campeão da Europa (abdicou do ‘sprint’ final que coroou o amigo Rui Lacerda) e medalha de bronze nos Jogos Mundiais, na Colômbia, em C2, precisamente em equipa com o seu companheiro de treino e de provas.

«Todas as medalhas são minhas e do Lacerda. Foram conquistadas sempre em conjunto. Treinamos sempre juntos e ajudamo-nos um ao outro. Faço por ele o que puder e vice-versa. Somos sempre os dois», vincou.

Classificado por Hoppe como uma «verdadeira força da natureza, um diamante a lapidar», Amorim reconheceu que ainda tem «muito para melhorar enquanto atleta», nomeadamente a parte da «técnica».

O seu potencial vai dando para somar êxitos, com o canoísta a considerar que «o treino, esforço, dedicação e entreajuda com os colegas» têm sustentado os seus melhores resultados.

Depois do K1 Beatriz Gomes em 2009 e da C1 Nuno Barros em 2010, Samuel Amorim é o terceiro campeão do Mundo dos maratonistas lusos.

«É bom, mas para já ainda sou muito novo. Tenho ainda muito para dar. Espero conseguir continuar a treinar ao mesmo nível e tentar melhorar em todos os aspetos. Ajudar no que puder o Lacerda, que também tem muito para dar. Juntos, podemos dar muto mais à canoagem portuguesa», concluiu.