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A última vez que Portugal levou o futebol aos Jogos Olímpicos foi há 10 anos.
O presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP), José Manuel Constantino, reconheceu esta terça-feira que seria “muito positivo” que a seleção de futebol pudesse integrar pela quarta vez a delegação portuguesa aos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016.
“Na minha leitura seria muito importante que o futebol se pudesse qualificar para o Rio de Janeiro. Não é fácil, trata-se de uma qualificação complexa, como é a da generalidade dos desportos coletivos, porque é feita no continente europeu, que é muito forte. Mas, seria, naturalmente positivo que o futebol pudesse fazer parte da delegação aos Jogos Olímpicos”, afirmou Constantino, em entrevista à agência Lusa.
A última vez que Portugal esteve representado no torneio olímpico de futebol ocorreu em Atenas2004, através de uma seleção com jogadores como Cristiano Ronaldo, Bruno Alves, Danny, Hugo Almeida, Hugo Viana, Bosingwa, Raul Meireles e Ricardo Costa, sem passar a primeira fase. Antes, a equipa das “quinas” chegou ao quarto lugar em Atlanta1996 e aos quartos de final em Amesterdão1928.
As quatro seleções semifinalistas no Campeonato da Europa de sub-21 de 2015, que vai ser disputado na República Checa, garantem uma vaga entre as 16 participantes no torneio, para o qual o anfitrião Brasil já está apurado.
A seleção portuguesa de futebol de sub-21 lidera atualmente o Grupo 8 de qualificação para o Euro2015, contabilizando 15 pontos em cinco jogos, mas o lugar entre as oito finalistas da competição só vai ser conhecido nos “play-offs”, com os 10 vencedores dos grupos e os quatro segundos melhores colocados.
O presidente do COP admitiu a “tensão” entre as altas instâncias internacionais do futebol e dos Jogos Olímpicos, sublinhando a aproximação recente.
“Agora, é evidente que o futebol tem os seus produtos e as suas competições, que guarda de forma muito ativa e das quais não quer abrir mão. A concorrência de um evento à escala global, como são os Jogos Olímpicos, naturalmente promove a vontade de estar presente, mas sem que essa presença ofusque a dimensão de Mundiais, Europeus e de outras competições. Há uma relação de tensão entre as autoridades mundiais do futebol e os Jogos Olímpicos, mas creio que a situação já foi pior do que é atualmente, estou convencido de que, à semelhança do que ocorreu no basquetebol, se caminhe para um quadro distinto do que é atualmente”, frisou.
No entanto, José Manuel Constantino assinalou algumas mudanças nesta relação tensa, muito por causa da possibilidade de mostrar jovens jogadores numa competição de dimensão planetária.
“Eu tenho ideia de que já foi pior do que é atualmente, hoje há uma atitude pró-ativa relativamente à participação do futebol nos Jogos Olímpicos, até porque são uma montra importante de valorização de jogadores, designadamente os jovens. Para muitos, é uma forma de estar presente e dá garantias de se mostrarem num quadro de natureza global que não é muito comum”, sustentou.
O torneio olímpico de futebol masculino integra, desde Barcelona1992, equipas de sub-23, nas quais podem alinhar três jogadores mais velhos, enquanto a competição feminina não tem qualquer restrição de idade.
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