A Comissão de Atletas Olímpicos manifestou hoje tristeza por existirem atletas que vão estar ausentes de Tóquio2020, apesar do “seu mérito desportivo ser suficiente”, referindo que o diálogo e a cooperação são essenciais.

“Nem todos conseguiram essa qualificação. No entanto, seguramente muitos trabalharam tanto como aqueles 92. Durante anos. Alteraram as suas vidas, muitas vezes as dos próximos também, adiaram projetos, esforçaram-se para além do razoável e, mesmo assim, por circunstâncias da vida, não lograram fazer parte deste lote de atletas de elite. Faz parte do processo desportivo, sem sombra de dúvida”, refere em comunicado divulgado nas redes sociais.

A comissão deu os parabéns a todos os atletas portugueses apurados para os Jogos Olímpicos, lembrando que os requisitos são “cada vez mais apertados”.

“O que nos entristece, não são propriamente os casos onde o atleta pura e simplesmente não conseguiu obter marcas ou classificações para os JO na sua modalidade. O que nos custa efetivamente é que haja atletas que, ainda que o seu mérito desportivo seja suficiente, que estejam integrados no Projeto Olímpico, que tenham provas dadas ao longo de anos, mesmo assim não vejam o seu trabalho reconhecido com a presença no maior evento desportivo do planeta”, acrescenta.

A Comissão de Atletas Olímpicos salienta que é apologista do cumprimento dos regulamentos e que aceita a existência de “decisões baseadas em critérios que, implicitamente, tenham uma componente subjetiva associada”.

“É uma competência dos corpos técnicos das diferentes modalidades. E respeitamo-la. Mas isso não significa que tal não nos cause um sentimento até de alguma frustração”, acrescenta.

A comissão defende que o diálogo, a cooperação e a comunicação são ferramentas fundamentais para o objetivo de proporcionar aos atletas as condições para representarem Portugal em todo o seu potencial e garante que estes têm capacidade para “fazerem parte da solução”.

A nadadora Victoria Kaminskaya manifestou-se recentemente “triste e irritada” por não poder participar nos Jogos Olímpicos Tóquio2020, com mínimos B, e deixou críticas à federação portuguesa da modalidade, que levaram o organismo a decidir levantar-lhe um processo de inquérito.