O presidente do Comité Paralímpico de Portugal (CPP) considerou hoje que a Autoridade Antidopagem de Portugal (ADoP) devia ter garantindo que os resultados das análises dos atletas que participaram nos Jogos Paris2024 estavam disponíveis antes da partida para França.
“A ADoP devia ter garantido que a questão era vista com o tempo suficiente para que os atletas não chegassem aqui sem haver a garantia de que, de facto, não iríamos aqui ser surpreendidos como fomos”, afirmou José Lourenço.
Os 27 atletas da comitiva que marcou presença em Paris2024 foram testados em Portugal, em 23 de agosto, mas os resultados não são ainda conhecidos, tendo depois, já em França, a atleta Simone Fragoso tido um resultado positivo que a impediu da participar no torneio de powerlifting.
“Quando viemos para aqui, vínhamos convencidos de que os resultados das análises feitas em Portugal não demoravam esta eternidade, que soubermos agora são 20 dias, o que me parece um prazo excessivo”, afirmou José Lourenço.
Admitindo que a ADoP sabe os prazos de saída dos resultados, o líder do CPP entende que o organismo “deveria antecipado no controlo dos atletas, ou seja os atletas não deveriam ter feito análises no dia 23, mas sim 20 dias antes”.
“A situação devia ter sido tratada para garantir que todos os atletas vinham para aqui sabendo os resultados”, referiu, ressalvando: “Não é o atraso nos resultados que elimina eventuais ‘pecados’ dos atletas que têm tais comportamentos”.
Depois de três participações como nadadora, Simone Fragoso, de 41 anos, preparava-se para competir no torneio de powerlifting, modalidade na qual Portugal faria a sua estreia, mas foi afastada da competição na sequência de um resultado positivo por doping, realizado em 31 de agosto, já em Paris.
A atleta, que regressou quase de imediato a Portugal, colocou uma mensagem na sua conta pessoal no Instagram, afirmando “que tudo fará para contestar a decisão”.
Em Paris, chefe de missão, Luís Figueiredo, garantiu, horas depois de conhecida a situação, que a comitiva em Paris2024 “foi blindada” do “caso isolado de doping”, o primeiro registado por atletas portugueses em Jogos Paralímpicos.
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