O andebolista Carlos Carneiro terminou hoje uma carreira desportiva de 20 anos repleta de títulos individuais e coletivos, seguindo-se agora outras funções ligadas à modalidade, “sempre com a mesma vontade e dedicação”.

Em conferência de imprensa realizada na sede do Comité Olímpico de Portugal, Carlos Carneiro emocionou-se várias vezes durante o discurso, pautado pelos agradecimentos aos clubes por onde passou – Vitória de Guimarães, Francisco de Holanda, ABC, Boavista, Fafe, Madeira SAD, Benfica e Sporting -, treinadores, colegas de equipa, Federação Portuguesa de Andebol, professores, patrocinadores e família, entre outros.

“É sempre uma decisão difícil, mas foi tomada em consciência e a pensar no que é melhor para mim. Dou agora espaço a novos jogadores, novos talentos”, começou por dizer, relembrando: “Comecei a jogar andebol por diversão e estava longe de imaginar tudo o que conquistei. Devo tudo ao andebol, formou-me, educou-me, deu-me autoestima, reconhecimento, deu-me tudo”.

Sem se querer alongar sobre o futuro, o internacional português em 109 ocasiões revelou apenas que irá continuar ligado ao Sporting, prometendo anunciar em breve as suas novas funções.

Carlos Carneiro, de 38 anos, afirmou não ser fácil “fazer esta despedida”, num dia “muito especial, de muitas emoções”, realçando que talvez pudesse jogar mais uma ou duas temporadas, embora terminar a carreira tenha sido uma decisão “consciente”.

“Acho que ainda podia jogar mais um bocado, mas são decisões que têm de se tomar. Também pela situação em que vivemos, da covid-19, se calhar também teve alguma influência. Saio consciente da decisão que tomei, agora não há volta a dar”, sublinhou aos jornalistas.

No final da conferência de imprensa, o central recebeu lembranças de alguns dos clubes que representou, bem como da autarquia de Guimarães, de onde é natural, e enumerou os melhores momentos de uma longa carreira desportiva.

“Consegui ser campeão nacional praticamente em todos os clubes por onde passei, à exceção de dois, o Vitória de Guimarães e o Boavista. Alguns títulos individuais, capitão da seleção nacional, que é um orgulho, capitão de clubes como o Benfica e o Sporting… Dificilmente poderia pedir mais, estou muito orgulhoso”, frisou.

Com formação dividida entre Vitória de Guimarães, Francisco de Holanda e ABC, onde se iniciou enquanto sénior, com passagens fugazes por Boavista e Fafe, foi no Madeira SAD que Carlos Carneiro conquistou o primeiro título de campeão nacional sénior, que repetiu mais quatro vezes nas passagens por Benfica e Sporting, tendo vencido também uma Taça Challenge ao serviço dos ‘verde e brancos’.

Na seleção portuguesa de andebol foi capitão durante mais de uma década, tendo feito parte do plantel que participou no Euro2006 da modalidade.