A Dinamarca tornou-se hoje o primeiro país a conquistar três títulos mundiais de andebol, ao vencer a França de forma incontestável, por 34-29, na final de um campeonato do mundo de 2023 que sempre pareceu destinada a conquistar.

A seleção escandinava reeditou os triunfos mundiais de 2019 e 2021, dando-se ao supremo luxo de o fazer quase sem que precisar do estelar lateral Mikkel Hansen, que apenas marcou um golo, através de um livre de sete metros, quando já estavam decorridos 37 minutos de jogo.

A ‘ausência’ de Hansen foi largamente compensada pela inspiração dos dois guarda-redes, Niklas Landin e Kevin Moller, dos laterais Simon Pytlick e Mathias Gidsel, autores de nove e seis golos, respetivamente, bem como do central Rasmus Lauge, melhor marcador do encontro disputado em Estocolmo, com 10 tentos.

A equipa treinada por Nikolaj Jacobsen desforrou-se da derrota sofrida na final dos Jogos Olímpicos Tóquio2020 perante a França, que continua a ser recordista de títulos mundiais, com seis, um dos quais conquistado em 2011, na primeira vez que a Dinamarca atingiu o jogo decisivo.

A tricampeã passeou a sua superioridade durante todo o torneio e a final, apesar da reação momentânea dos franceses e dos melhores esforços dos laterais Nédim Rémili, o mais concretizador na sua equipa, com seis golos, e Dika Mem, autor de cinco, não foi exceção.

A Dinamarca entrou a todo o gás e, apoiada também na eficácia de Landin, rapidamente chegou à vantagem de quatro golos (6-4), levando o selecionador francês, Guillaume Gille, a pedir muito cedo a primeira paragem no jogo para tentar contrariar a superioridade dos nórdicos.

A França não travou, de imediato, ímpeto adversário, que alcançou a maior diferença a meio da primeira parte (12-7, repetida mesmo no fim), mas um período de quase cinco minutos sem marcar permitiu aos gauleses reaproximarem-se, paulatinamente, no marcador chegando ao intervalo a perder por apenas um golo (16-15).

Apesar de ter restabelecido o empate logo a abrir a segunda parte, algo que anteriormente só se tinha verificado com o 1-1 do início da partida, a França nunca se mostrou capaz de dar o salto qualitativo que lhe permitisse discutir verdadeiramente o título.

Mesmo quando detinham vantagens curtas, os campeões mundiais pareceram sempre no controlo das operações e a França, que não esteve uma única vez na frente do marcador, ficou irremediavelmente afastada quando Moller já rivalizava em protagonismo com Landin na baliza da Dinamarca e os escandinavos marcavam golo a cada ataque efetuado.

A Espanha conquistou a medalha de bronze, ao vencer por 39-36 a anfitriã Suécia, desforrando-se da derrota ante os suecos na final do último Europeu, a Alemanha bateu a Noruega por 28-24 no jogo de atribuição do quinto e sexto lugares, enquanto o Egito se impôs à Hungria por 36-35, após dois prolongamentos, na luta pela sétima posição.

Portugal terminou no 13.º lugar, mas poderia estar a festejar a melhor classificação de sempre, a 10.ª posição conquistada no Mundial de 2021, no Egito, caso se tivesse imposto ao Brasil (28-28) no arranque da segunda fase, o que lhe teria permitido apurar-se para os quartos de final, no lugar dos húngaros.