O lateral Francisco Costa, um dos valores emergentes do andebol português, afirmou hoje que a seleção tem que entrar “forte”, “unida” e “solidária” no jogo de sexta-feira com Cabo Verde, do Mundial, em Gotemburgo, na Suécia.

“A seleção de Cabo Verde tem uma defesa forte, joga bem no sete para seis, e temos que estar bem preparados e confiantes”, adiantou o lateral direito, de apenas 17 anos, que tem sido um dos jogadores em destaque na seleção portuguesa.

Francisco Costa, irmão de Martim Costa, também na seleção, e filho do antigo jogador e atual treinador Ricardo Costa, acredita que se Portugal vencer os dois jogos que faltam, com Cabo Verde e Suécia, passa aos quartos de final.

“São dois jogos muito importantes, mas também dependemos só de nós. Se ganharmos estes dois jogos passamos aos quartos de final e é nisso que temos que pensar”, considerou, recordando que o empate com o Brasil foi um percalço.

O lateral marcou o golo que deu vantagem a Portugal (28-27), mas, com o recurso ao videoárbitro após o jogo já ter terminado, e durante os festejos lusos, a equipa de arbitragem sancionou uma falta com um livre se sete metros que deu o empate (28-28).

“Foi um momento agridoce. A decisão é válida [devido à regra dos três metros nos últimos 30 segundos], mas foi um momento ingrato”, recorda Francisco Costa, considerando que a equipa tem que levantar a cabeça e dar uma boa resposta já com Cabo Verde.

O lateral diz que o empate com o Brasil, ainda por cima da forma como aconteceu, “não foi o resultado pretendido, porque a equipa estava confiante e com a sensação de poder fazer melhor, mas agora é encarar com confiança os próximos jogos”.

O próximo adversário de Portugal na Scandinavium Arena, em Gotemburgo, é Cabo Verde, uma seleção maioritariamente constituída por jogadores a jogar em Portugal, entre os quais o colega de equipa de Francisco Costa no Sporting Edmilson Araújo.

“É uma equipa forte fisicamente tem uma defesa muito boa, e temos que entrar sérios no jogo, solidários, pois sabemos que Cabo Verde joga bem no sete contra seis e acredito que se resolvermos isso o resultado vai aparecer”, adianto o lateral.

Para Francisco Costa, apesar de já estar habituado a competir nas camadas jovens, jogar um Mundial com 17 anos “é algo incrível” e apesar de ser “complicado” defrontar adversários corpulentos é algo a que já está habituado, pois já joga na primeira equipa do Sporting e nas provas europeias.

“Estou a desfrutar ao máximo e com muito orgulho em representar Portugal”, disse Francisco Costa, eleito o melhor jovem lateral direito do mundo em 2022, considerando que estar a jogar um Mundial é outro nível, contra os melhores e a aprender com todos eles, incluindo com os colegas de seleção.

Questionado se o empate com o Brasil quebrou a ambição lusa, Francisco Costa disse que a seleção vai pensar da mesma forma que fez após a derrota com a Islândia (30-28), unindo-se, mais do que nunca, “e lutar por cada bola e por cada segundo”.

O guarda-redes Manuel Gaspar, de 24 anos, que em dezembro se transferiu do Sporting para o HBC Nantes, de França, disse que Portugal tem que jogar com Cabo Verde “da mesma maneira de sempre, com garra, ambição e espírito unidos”.

“Temos que fazer as coisas simples bem, mantendo uma boa mentalidade e as situações de jogo amanhã [sexta-feira] resolvemos”, adiantou Manuel Gaspar, considerando que a seleção portuguesa tem feito “um bom campeonato e quer manter esse nível”.

Quando ao jogo de sexta-feira com Cabo Verde, o guarda-redes português recorda que grande parte dos jogadores jogam em Portugal, são, por isso, conhecidos, e muitos até jogam nas mesmas equipas dos atletas portugueses.

“Mas, isso não implica nada. Nós queremos a vitoria e os dois pontos para acabar a ‘main round’ [fase principal] possivelmente nos quartos de final”, acrescentou Manuel Gaspar.

O jogador considerou também que “o empate com o Brasil não era o resultado pretendido”, porque “a seleção queria uma vitória para manter as boas sensações da primeira fase e do triunfo sobre a Hungria” (27-20), que garantiu a primeira posição do Grupo D.

“Mas também é de lembrar que o Brasil está aqui por mérito, tem uma boa equipa e nós não jogamos sozinhos. Agora temos que manter o ego em cima e uma boa mentalidade para acabar a ‘main round’ com duas vitorias”, acrescentou Manuel Gaspar.

Portugal segue na terceira posição do Grupo II da fase principal, com três pontos, em igualdade pontual com o Brasil a um ponto da Islândia, segunda posicionada, com quatro, e a três da seleção coanfitriã e campeão europeia Suécia. Passam aos quartos de final os dois primeiros classificados.