A Associação Portuguesa de Árbitros e Oficiais de Mesa de Andebol (APAOMA) justificou na quinta-feira a ausência de ‘juízes’ para os próximos encontros com os insultos e ameaças de que estes são alvo, lamentando “a falta de apoio da federação”.

Na quinta-feira, o Conselho de Arbitragem (CA) da Federação de Andebol de Portugal (FAP) reconheceu, em comunicado, “a impossibilidade de efetuar as nomeações de árbitros”, por estes terem pedido dispensa para os jogos de 22, 23 e 25 de abril, “numa ação impulsionada” pela APAOMA.

“Esta tomada de posição coletiva é uma forma, entre outras, de os árbitros expressarem a profunda preocupação com o aumento das críticas e ameaças de que têm sido alvo. Os insultos, difamações e ameaças, inclusive à própria vida, não podem ser tolerados no seio do nosso desporto. Infelizmente temos constatado que o “crime” compensa e que nada ou pouco acontece a quem prevarica, sendo os árbitros e suas famílias os únicos a sofrer consequências”, pode ler-se no comunicado enviado pela associação.

Na mesma nota, a APAOMA lamenta “profundamente a falta de apoio por parte da direção da federação, a quem incumbe, em primeira instância, a salvaguarda do bom nome e imagem dos árbitros”.

Por outro lado, questiona o porquê de a federação de andebol não ter estabelecido “qualquer contacto com a direção da APAOMA para solucionar os problemas que afetam os quadros de arbitragem”.

“É pretensão da Direção da APAOMA que a direção da federação tome medidas concretas para proteger os árbitros e restabelecer as condições necessárias para o bom desempenho da atividade e assim valorizar o nosso trabalho”, apelou.

Esta ação concertada dos árbitros está relacionada com uma alegada tomada de posição da classe, que se sentiu desapoiada pela FAP na sequência de uma queixa sobre o setor enviada por um clube à Federação Europeia de Andebol (EHF).

No comunicado divulgado na quinta-feira, o Conselho de Arbitragem da FAP referiu que só teve conhecimento deste movimento na noite de 12 de abril e que na quarta-feira reuniu com a direção da FAP, tendo dado conta de que não havia “árbitros disponíveis para poder efetuar nomeações” para os próximos jogos.

Uma das possibilidades para desbloquear esta situação pode passar pela hipótese de a direção da FAP chamar a si a responsabilidade de substituir o CA na nomeação dos árbitros, para garantir que os jogos decorram dentro da normalidade.

“O CA compreende e respeita a decisão dos árbitros e está aberto para, em conjunto com a direção da FAP e a direção da APAOMA, encontrar uma solução que permita a reposição da normalidade e consequente retoma da atividade por parte dos árbitros”, referiu Conselho de Arbitragem.