A participação da equipa do Juventude da Brava no campeonato cabo-verdiano de andebol está comprometida devido a questões financeiras.

Em declarações à Inforpress, Adalberto Martins, vice-presidente do clube, disse que os critérios utilizados pela Federação para a participação no campeonato de Cabo Verde não permitem que as chamadas «ilhas periféricas», como a Brava, participem na prova.

Adalberto Martins explicou que a Federação Cabo-verdiana de Andebol (FCA) enviou um comunicado no qual propõe que as equipas que vão participar no nacional devem pagar as despesas de alimentação ou alojamento e ainda o transporte interno, facto que considera «descabido, uma vez que não existem contrapartidas».

«Como é possível uma equipa vencedora do regional, que não tem apoio nenhum, ter que custear as despesas no nacional?», questionou Adalberto Martins, anotando que no futebol tem sido prática porque existem contrapartidas provenientes das receitas de bilheteira.

O vice-presidente do Juventude queixou-se também da forma como é efetuado o sorteio para o campeonato de Cabo Verde, segundo ele, «de acordo com a conveniência da Federação, colocam as equipas no grupo que entenderem (…) sem que elas sejam informadas».

Contactada pela Inforpress, a presidente da FCA, Filomena Fortes, esclareceu que no dia 08 de novembro de 2011 foi realizada uma assembleia com todos os presidentes das associações, na qual acordaram estas novas regras e fizeram o sorteio.

Apenas a ilha Brava não se fez representar nesse encontro, que decorreu paralelamente à uma formação «com tudo pago», mas que Filomena Fortes disse não saber explicar as razões dessa ausência.

Filomena Fortes fez saber ainda, que organizar o nacional fica por volta de oito mil contos (cerca de 72 552 euros) e que a Federação recebeu do Estado cerca de metade desse montante, «por isso, as equipas vão ter de custear a alimentação».

O campeonato cabo-verdiano de andebol realiza-se no final de julho na Cidade da Praia.