O treinador de andebol do FC Porto admitiu hoje que "foi um grande azar" a interrupção do campeonato devido à propagação da COVID-19, mas espera que a federação decida rapidamente se o campeonato termina ou não.

Magnus Andersson, que se encontra na Suécia, recordou a boa época que o FC Porto estava a fazer, com 33 vitórias em 42 jogos, e admitiu não saber "se é realístico continuar a época", à semelhança do que já aconteceu "noutras ligas, como na Suécia, Noruega, Suíça e Polónia".

"O que está certo ou errado não me compete a mim dizer. Não sei se é realístico falarmos de terminar esta época, porque ainda não sabemos de nada e é por isso que isto foi ainda mais. Estamos a fazer uma época fantástica e nós só podemos esperar pela decisão da Federação. Nós vamos ter de voltar aos treinos, mas vamos precisar de semanas ou um mês para fazermos uma 'pré-época', por isso não sei se é realístico falar de continuar esta época, mas não é fácil para a Federação nem para ninguém no mundo neste momento. Por isso, só podemos esperar para ver", disse o técnico em declarações à FC Portotv.

O treinador sueco está a fazer quarentena na terra natal e apontou algumas diferenças na forma como se gere esta situação na Suécia e em Portugal.

"Regressei à Suécia na última terça-feira e há muitas diferenças. Em Portugal, as pessoas não estão autorizadas a ir aos shoppings, está tudo fechado. Aqui, não vou dizer que as pessoas vivem normalmente, porque não é verdade, mas não fecharam as escolas, apenas as universidades. Aqui, muita gente vai às compras. Também podemos ir a restaurantes se quisermos. As pessoas sabem do perigo, mas não estão a lidar como no resto da Europa. O que é que está certo ou errado? Só podemos esperar para ver", disse o treinador portista, que admitiu ainda que se mantém em contacto com a restante equipa técnica.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da COVID-19, já infetou mais de 940 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 47 mil morreram. Dos casos de infeção, cerca de 180.000 são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia, e o continente europeu é neste momento o mais atingido, com mais de 510 mil infetados e 35 mil mortos.

Em Portugal, que está em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até às 23:59 de 17 de abril, registaram-se 209 mortes e 9.034 casos de infeções confirmadas, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde.