O selecionador português de andebol, Paulo Jorge Pereira, disse hoje que o grupo ficou triste com a lesão de Daymaro Salina, rendido à última hora por Fábio Silva, mas que a ambição de fazer um bom Euro2024 mantém-se.
O pivô, de 36 anos, sofreu uma lesão na coxa que, não sendo considerada grave, impede o atleta luso-cubano do FC Porto de representar Portugal neste Campeonato da Europa, pelo que Paulo Pereira foi forçado a fazer trocas.
O selecionador chamou Fábio Silva, pivô de 22 anos, do Avanca, que já havia estado numa primeira fase do estágio de preparação e vê, agora, o sonho de se estrear no Europeu tornado realidade. Daymaro Salina, em sentido contrário, já regressou a Portugal.
“Para nós, foi sempre e espero que seja ainda mais algum tempo, um privilégio tê-lo connosco. Pela pessoa que ele [Daymaro Salina] é e pela forma como encara representar a seleção nacional. Talvez seja dos atletas mais guerreiros na competição que eu tive, por isso, um obrigado a ele. Agradecemos todos a forma como ele está na vida e no desporto”, afirmou Paulo Pereira.
O selecionador, aos canais de comunicação da Federação de Andebol de Portugal, analisou também as três seleções que Portugal vai defrontar no Grupo F do Europeu, nomeadamente a estreante Grécia, a consistente República Checa e a superpotência Dinamarca, por esta ordem.
A Grécia é uma das poucas seleções estreantes em fases finais de campeonatos da Europa e conseguiu este feito depois de ter terminado na terceira posição do Grupo 5 da Ronda de Qualificação (atrás de Países Baixos e Croácia e à frente da Bélgica).
No passado, a formação helénica tem apenas duas participações em grandes competições: os Jogos Olímpicos de 2004, que organizou, e o Campeonato do Mundo de 2005, na Tunísia, contando agora com Georgios Zaravinas como selecionador nacional.
O tão esperado e histórico primeiro jogo da seleção da Grécia na fase final de um Europeu sénior será frente a Portugal, na primeira jornada do Grupo F, e está marcado para quinta-feira, em Munique, pelas 18:00 (17:00 em Lisboa).
“Eu não olho muito para as estatísticas, mas por ser a primeira participação, também pode ser uma vantagem para eles: não têm nada a perder, vêm com as emoções todas em alta, porque há aquela ilusão de participar pela primeira vez e sentirem que podem fazer algo e o andebol grego tem melhorado bastante nos últimos anos”, disse Paulo Pereira.
O selecionador referiu que Portugal tem que encarar a Grécia de “forma muito séria”, porque o adversário “tem um modelo de jogo ofensivo muito bom” e “muito bons atletas, sobretudo no ataque”.
“No entanto, nós temos que fazer um bom jogo para ganhar à Grécia e nós vamos fazer um bom jogo e vamos ganhar à Grécia”, referiu, acrescentando que os helénicos, “por vezes, são um pouco imprevisíveis em termos ofensivos, embora tenham as ideias claras em termos do que é o modelo de jogo”.
O ano de 2022 marcou, para a República Checa, adversária de Portugal no sábado, o início de uma nova era, com Xavier Sabaté a assumir o cargo de selecionador.
O espanhol de 47 anos prepara-se agora para competir na maior competição ao leme da seleção checa e o bilhete dourado foi conseguido após conquistado o segundo lugar do Grupo 3 de qualificação (atrás da Islândia e à frente de Estónia e Israel).
“A República Checa é uma seleção muito séria, nós temos que estar num nível elevado para a poder vencer e quem for mais competente vai vencer. Nós acreditamos que podemos fazê-lo, mas temos que ser muito competentes. Mas, para já, só pensamos na Grécia, não pensamos muito na República Checa”, salientou o técnico.
A Dinamarca, último adversário de Portugal na fase preliminar do Euro2024, na segunda-feira, dispensa qualquer tipo de apresentações e, no global das competições, tem sido o alvo a abater nos últimos anos, com a conquista de três mundiais consecutivos (2019, 2021 e 2023) e duas presenças seguidas em finais dos Jogos Olímpicos (2016 e 2020).
No entanto, a conquista do Europeu foge à Dinamarca desde 2012 – segunda e última vez que ergueu o troféu – depois do inédito feito em 2008.
Na edição de 2022, os nórdicos até estiveram perto de chegar à final, mas acabaram eliminados nas semifinais diante da Espanha, antes de derrotarem a França e conquistarem o bronze, a sétima medalha em europeus e 16.ª em todas as grandes competições.
“Vamos bailar com a mais bonita da festa e isso para nós é um privilégio, poder jogar contra o campeão do mundo é um crescimento para todos. E, depois, o resultado, embora seja muito importante, acaba por ser de certa forma secundário se já estivermos qualificados”, considerou o selecionador nacional.
A seleção portuguesa, que disputa pela oitava vez um Europeu, a terceira seguida, qualifica-se para a ‘main round’ caso termine o Grupo F num dos dois primeiros lugares.
Nessa segunda fase, em que se defrontam os dois primeiros dos grupos D e F – o resultado do seu adversário no grupo é contabilizado nesta classificação -, avançam os dois primeiros para as meias-finais e o terceiro para a disputa do quinto lugar.
Portugal, que vai acolher a competição em 2028, juntamente com a Espanha e a Suíça, depois de ter sido o anfitrião da edição inaugural em 1994, que a Suécia conquistou, tem como melhor resultado o sexto lugar alcançado em 2020. Em 2022 terminou em 19.º.
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