A Federação de Andebol de Portugal (FAP) advertiu hoje que se reserva “no direito de adotar as medidas adequadas à proteção dos interesses” do organismo, sem especificar quais, em reação ao levantamento da suspensão preventiva a Miguel Martins.

O internacional português, que falhou o Mundial de andebol devido a um controlo antidoping positivo, pode voltar à competição com efeitos imediatos, depois de a contra-análise ter contrariado o resultado inicial do teste, informou hoje a Agência Internacional de Testagem (ITA).

“O processo seguirá os seus normais termos junto da ITA e a FAP reserva-se no direito de adotar as medidas adequadas à proteção dos interesses do andebol e da federação”, indica o comunicado publicado no site oficial da federação, sem adiantar o âmbito dessas medidas.

A FAP assinala que continuará a “promover e desenvolver programas de integridade no desporto integrados no âmbito do Comité Olímpico Internacional (COI), com realce para a luta contra o doping, assim como reforçará a participação de todos os atletas das seleções nacionais de andebol em ações de informação sobre esta temática”.

A ITA revelou que o laboratório credenciado da Agência Mundial Antidopagem (AMA) que coletou a primeira amostra (A), por altura do Euro2024, em janeiro do ano passado, comunicou que a contra-análise (B), realizada na mesma altura, a pedido do jogador, “não confirmou o resultado da amostra A”, que indicava a presença de testosterona exógena, um esteroide anabolizante androgénico.

“O jogador foi informado que a suspensão provisória de que foi alvo, por alegada violação das regras de antidopagem, foi retirada face ao resultado da contra-análise. O jogador está autorizado a regressar à competição e aos treinos com efeitos imediatos”, refere a nota da ITA.

De acordo com a entidade, o referido laboratório “irá proceder a uma investigação interna para identificar as causas que levaram à discrepância nos resultados das amostras A e B” e que impediram Miguel Martins de participar no último Mundial de andebol.

A amostra de Miguel Martins, recolhida durante um controlo antidoping no âmbito do Euro2024, em 13 de janeiro de 2024, revelou um resultado adverso, por testosterona exógena, que determinou a suspensão do jogador do Aalborg, na véspera da estreia de Portugal no Mundial2025, um ano depois.

Na altura em que foi suspenso provisoriamente, Miguel manifestou-se “profundamente chocado” e assegurou que tudo iria fazer para provar que agiu sempre de acordo com os valores do desporto.

Miguel Martins, que era um dos três totalistas de todas as grandes competições da era do selecionador português Paulo Pereira, falhou o último Campeonato do Mundo, em que Portugal terminou no quarto lugar, o melhor resultado de sempre da seleção nacional.