Portugal vai defender o bicampeonato europeu de andebol adaptado masculino, entre 27 de junho a 01 de julho, em Estarreja, e o selecionador nacional, António Costa Pereira, admitiu hoje que “o objetivo é o tricampeonato”.
Na conferência de imprensa de apresentação do terceiro campeonato europeu masculino para pessoas com deficiência intelectual, o presidente da Associação Nacional de Desporto para a Deficiência Mental (ANDDI), José Costa Pereira, assumiu também a realização de um campeonato feminino, caso haja seleções suficientes.
“Esperamos que seja o primeiro campeonato da Europa feminino. Não temos ainda garantia de existirem três países com seleção feminina. Se não existirem, acontecerá um ‘challenge’, como aconteceu há quatro anos, em Vila Nova de Gaia, que esteve na origem do primeiro campeonato da Europa (masculino), em Fafe”, explicou o também diretor técnico da Federação Internacional do Desporto para Pessoas com Deficiência Intelectual (INAS).
A realização destes dois eventos vai ser integrada no Garci Cup, o torneio internacional da cidade de Estarreja, o que para José Costa Pereira “é um bom exemplo de poder trabalhar e organizar em conjunto”, mas não aceita o termo “inclusão”.
“Não gosto muito de utilizar a palavra inclusão, porque se falamos em inclusão é porque há exclusão. Este desporto ANDDI ou desporto paralímpico, sabemos que é segregado. Num mundo real, devíamos estar todos juntos, com legitimidade de oportunidades para todos, em função das suas capacidades e não incapacidades”, referiu.
O selecionador nacional descreveu o seu trabalho como “dignificante”, desde que começou em 2012 com encontros experimentais, e destacou a evolução, graças “à motivação dos atletas”, sendo Portugal “um dos impulsionadores em termos europeus e internacionais, tanto a nível masculino como feminino”.
“Em 2015, dizia que não tínhamos expectativas porque não conhecíamos as outras seleções. Obviamente, depois de termos ganhado esse e outro, em 2017, a responsabilidade é completamente diferente. O objetivo é o tricampeonato. Como falamos em desporto adaptado, eu costumo dizer que há dois objetivos: o desportivo, que falei agora, e o social, da integração e inclusão. É sempre mais uma oportunidade para estes atletas conviverem no seio do andebol e sentirem-se atletas na verdadeira aceção da palavra”, explicou.
Para Joaquim Escada, coordenador do projeto Andebol4All, é importante o apoio das associações e clubes - salientando a parceria “extraordinária” com a ANDDI, que é a responsável pelas atividades, enquanto a responsável pela formação é a Federação - e também da Câmara Municipal de Estarreja.
Em representação da autarquia local, esteve presente o vice-presidente Adolfo Vidal, que sublinhou a importância do andebol e do trabalho de inclusão, o que acaba por “juntar o melhor de dois mundos”.
“Quando nos foi lançada a possibilidade de integração deste campeonato da Europa no Garci Cup, mostrámos de imediato disponibilidade para trabalhar e acolhermos a competição, em conjunto com a ANDDI, precisamente pela importância que tem o desporto e a inclusão”, afirmou.
A seleção nacional, que já começou com os treinos de captação, venceu o primeiro campeonato da Europa em 2015, em Fafe, e revalidou o título, em 2017, em Cavalaire sur Mer, no sul de França, tendo, nas duas ocasiões, a França e Polónia como adversários.
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