O selecionador português de andebol, Paulo Pereira, afirmou hoje que Portugal deve encarar a qualificação para o Euro2026 com a “ansiedade no ponto certo” para alcançar o quarto apuramento seguido para a fase final da competição.

Na antecâmara do jogo inaugural do Grupo 8, perante a Roménia, agendado para as 19:00 de quinta-feira, o técnico lembrou que a equipa das ‘quinas’ costumava ser “muito ansiosa” entre 2016 e 2017, quando encarava qualquer fase de qualificação, e ficou muito “mais cómoda” desde que quebrou 14 anos de “jejum brutal” das fases finais, ao apurar-se para o Europeu de 2020.

“Temos de colocar a ansiedade no ponto certo. Não podemos vir com pouca ansiedade, a pensar que vai ser fácil, mas também não podemos vir com muita, a pensar que vai ser muito difícil. Temos de encontrar o ponto certo”, disse, à margem de um treino no Pavilhão Municipal de Santo Tirso, recinto do encontro de quinta-feira.

Apesar de se recordar do folgado triunfo de Portugal sobre a Roménia em 2018, na qualificação para o Euro2020, precisamente em Santo Tirso (21-13), Paulo Pereira vincou que a Roménia é hoje uma seleção “muito diferente”, dotada de jogadores com “muito mais qualidade”, que tem trabalhado para recuperar o estatuto de ‘potência’ da modalidade, que lhe valeu os títulos mundiais de 1961, 1964, 1970 e 1974.

O selecionador luso referiu ainda que outro dos adversários do grupo, Israel, “tem investido muito” na modalidade “através da cooperação com a Alemanha, com jogadores a jogar e a trabalhar” no país, ao projetar um encontro antecipado da sexta e última jornada, devido aos conflitos no Médio Oriente, agendado para domingo, também em Santo Tirso.

“Hoje em dia, há muitas seleções que querem entrar na ‘roda’, e temos de trabalhar muito bem e preparar esses jogos para vencer. Somos melhores teoricamente, mas temos de continuar a trabalhar muito bem para vencer”, frisou, a propósito de um grupo que inclui ainda a Polónia.

No comando de um grupo com 16 elementos, marcado pelos regressos do guarda-redes Diogo Valério, do Marítimo, do pivô Alexis Borges, do Benfica, e do central André Sousa (ABC), chamado para substituir o lesionado Rui Silva (FC Porto), Paulo Pereira considerou importante alargar a “base de recrutamento” à partida para a fase de qualificação, sem comprometer o grupo mais permanente.

“Normalmente, não mexemos muito. São casos pontuais, porque é importante ter a seleção aberta, para ter mais gente e uma base de recrutamento um bocadinho maior, com jogadores preparados para competir. Ao mesmo tempo, não podemos mexer demasiado, porque há um modelo instituído”, realçou.

A seleção portuguesa de andebol começa na quinta-feira e termina em maio de 2025 o Grupo 8 da fase de qualificação para o Euro2026, que decorre de 15 de janeiro a 01 de fevereiro de 2026, numa organização conjunta da Suécia, Dinamarca e Noruega.