A tricampeã mundial de andebol Dinamarca inicia na terça-feira a defesa do título frente à Argélia, com o objetivo de prolongar a hegemonia dos últimos anos, em que manteve na ‘sombra’ as candidatas França, Noruega, Suécia e Espanha.

Coorganizado por Croácia, Dinamarca e Noruega, o Campeonato do Mundo envolve 32 seleções, entre as quais a portuguesa, e decorre em cinco cidades - Herning, Oslo, Zagreb, Varazdin e Porec -, entre terça-feira e 02 de fevereiro.

Pela primeira vez em muitos anos, os dinamarqueses Mikkel Hansen e Niklas Landin e os franceses Nikola Karabatic, Vincent Gérard, Valentin Porte e Timothey N'Guessan não estarão em prova, por se terem retirado, o que abre uma nova era na modalidade.

Tendo em conta o histórico de todas as edições do Mundial, o campeão será europeu – dado que apenas o Qatar se conseguiu intrometer e chegar em casa à medalha de prata em 2015 – e seguindo a tendência Dinamarca, França, Espanha, Suécia e Noruega são as favoritas.

A Dinamarca, vencedora das três últimas edições e medalha de prata em 2011 e 2013, campeã olímpica em título e ‘vice’ europeia, está invicta na prova há 28 jogos e é, claramente, o alvo a abater pelos restantes candidatos.

Inserida no Grupo B, em Herning, com Argélia, Tunísia e Itália, a Dinamarca não terá dificuldade em passar à fase principal com o máximo de pontos. Na ronda principal, o grupo cruza com o A, da Alemanha, Polónia, República Checa e Suíça.

A França, na ressaca da retirada em 2024 dos históricos Nikola Karabatic, Vincent Gérard, Valentin Porte e Timothey N'Guessan, é o país mais titulado, com seis medalhas de ouro – o dobro da Dinamarca – quatro das quais nas últimas oito edições (2009, 2011, 2015 e 2017).

A Dinamarca tem sido ultimamente a ‘besta negra’ dos gauleses, exceção feita ao título europeu de 2024, quando a França venceu por 33-31 os dinamarqueses na final. Enquanto anfitriã dos Jogos Olímpicos Paris2024, a França desiludiu, ao ser afastada pela Alemanha nos quartos de final.

O pivô Ludovic Fabregas, o lateral Nedim Remili e o ponta Hugo Descat, todos a representar o Veszprém, da Hungria, são os jogadores em destaque na seleção gaulesa, que recuperou o lesionado Dika Mem, mas que não irá poder contar com Kylian Villeminot.

A Suécia, com quatro títulos, é uma das duas únicas seleções que conquistaram 12 medalhas nas 28 edições anteriores do Mundial, a outra é a França, mas o lugar mais alto do pódio tem escapado desde 1999.

Os nórdicos, que terminaram no quarto lugar em 2023, têm um palmarés equilibrado, com quatro medalhas de ouro, quatro de prata e quatro de bronze, sendo que o último lugar no pódio surgiu no Egito2021, quando alcançou a segunda posição.

A Suécia tem vindo lentamente a regressar ao topo da modalidade, com lugares no pódio nos últimos campeonatos da Europa, em que conquistou a coroa em 2022, o seu quinto título continental.

No conjunto sueco destacam-se o guarda-redes Andreas Palicka, o central Jim Gottfridsson, o ponta Hampus Wanne e o lateral Jonathan Carlsbogard, colegas do português Luís Frade no FC Barcelona, e ainda o pivô Felix Moller e o lateral Eric Johansson.

A Espanha, com altos e baixos em 2024, em que, depois de falhar a passagem à fase principal no Euro2024, chegou à medalha de bronze em Paris2024, é uma seleção que pode surpreender e intrometer-se na luta pelos lugares no pódio do Mundial.

A rejuvenescida seleção espanhola, orientada por Jordi Ribera, apresenta como melhores resultados em Mundiais os dois títulos alcançados em 2013, em casa, e 2005, na Tunísia, e três medalhas de bronze, duas das quais nas últimas edições.

Petar Cikusa, Víctor Romero, Ferrán Castillo, Djordje Cikusa e Ian Barrufet, que conquistaram o Mundial júnior de 2023, são os valores emergentes na seleção espanhola, na qual se destacam Gonzalo Perez de Vargas, Aleix Gomez e os irmãos Alex e Daniel Dujshebaev.

A Noruega, que reparte o Grupo E da fase preliminar com Portugal, Brasil e Estados Unidos, tem sido uma das seleções mais consistentes nas últimas edições, em que chegou à final por duas vezes, em 2017 e 2019, quando conquistou a medalha de prata.

A seleção escandinava, terceira no Euro2020 – único pódio na prova -, terminou na sexta posição nas duas últimas edições do Mundial, consolidando-se no lote das melhores.

O lateral Magnus Abelvik Rød, o ponta Kristian Bjørnsen – colega do luso Miguel Martins no Aalborg -, o central Christian O'Sullivan e o guarda-redes Torbjørn Bergerud são alguns dos jogadores em destaque na seleção coanfitriã da Noruega.

A emergente Alemanha, vice-campeã olímpica em título, que já conquistou o título mundial por três vezes, a última das quais em 2007, quarta classificada no Euro2024, que organizou, é uma das seleções a ter em conta e que se pode interferir na luta pelas medalhas.