O presidente da Federação Portuguesa de Judo entre 2017 e 2022, Jorge Fernandes, destituído em dezembro em Assembleia Geral, oficializou a entrega de nova lista candidata às eleições do organismo, com um apoio maciço dos delegados.

“A lista foi subscrita por 42 delegados (dos 61). Não diria que é uma vitória antecipada, porque o voto é secreto, mas julgo que, é o que tenho dito desde o início, 90 por cento do judo está connosco”, disse hoje à agência Lusa Jorge Fernandes.

O dirigente formalizou a entrega da sua lista na quinta-feira, um dia antes do prazo final, com a nova escolha para os órgãos sociais a ter poucas alterações comparada com o mandato anterior, iniciado em 2020 e terminado, por destituição, em dezembro.

Nas listas, Jorge Fernandes continua a contar com Carlos Andrade como presidente da Assembleia Geral, Nuno Carvalho na Arbitragem, António Borrego no Conselho de Justiça e Hélder Lourenço no Conselho de Disciplina.

A mudança mais significativa é a proposta para o Conselho Fiscal, órgão de que saem os anteriores titulares, entrando Hélder Cortes como candidato a presidente e Augusto Almeida e José Vítor Costa como vogais.

O próximo ato eleitoral da FPJ está agendado para 19 de fevereiro e segue-se à destituição de Jorge Fernandes em 18 de dezembro, após inquérito concluído pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ).

Desse inquérito, o IPDJ já extraiu um novo, em relação a alegadas irregularidades em convocatórias internacionais, mas também aqui Jorge Fernandes diz nada temer que o possa fazer perder na ‘secretaria’ uma nova presidência da Federação.

“Já paguei pelo que estava para trás e esse processo tem dois anos quase, também foi resolvido na altura e não tenho nada a acrescentar. Esse da Joana Crisóstomo, foi quase há dois anos, parece-me a mim que teve a ver com o Europeu em Lisboa e foi respondido na altura e é um ciclo fechado. Estou a pensar no que temos por aí, durante 2023 e 2024”, disse o ex-presidente da FPJ e novo candidato.

A FPJ realizará eleições para os seus corpos diretivos em 19 de fevereiro, com duas listas concorrentes, formadas pelo próprio presidente destituído, Jorge Fernandes, que se recandidata ao cargo, e José Mário Cachada, antigo praticante de judo, chefe de divisão da educação e cultura na Câmara de Espinho.

Jorge Fernandes, eleito em dois períodos distintos, 2017 e 2020, viu-se obrigado a sair após um inquérito do IPDJ por incompatibilidades ao abrigo do artigo 51 do regime jurídico das Federações Desportivas. Ainda assim, volta a concorrer com o objetivo de recuperar a presidência do organismo que gere o judo em Portugal.