O candidato José Mário Cachada disse hoje querer ser o rosto da mudança na Federação Portuguesa de Judo, que no sábado tem eleições para a sua presidência, mais de quatro meses após a destituição do antigo presidente.

“Alguém que se apresenta como uma ‘Nova Alternativa’, apresenta-se para liderar uma equipa que também ela tem de desejar promover uma mudança, sobretudo, face ao atual momento vivenciado pelo judo nacional”, disse José Mário Cachada à agência Lusa.

O antigo praticante de judo, professor e chefe municipal na Câmara de Espinho apresenta-se a eleições para o cargo de presidente na FPJ em oposição a Sérgio Pina, vice-presidente em funções no organismo federativo.

A modalidade tem atravessado uma crise desde agosto, primeiro com um litígio aberto entre sete judocas olímpicos e o anterior presidente, e, depois, com um inquérito do Instituto Português da Juventude e Desporto (IPDJ), que levou à destituição de Jorge Fernandes.

“A ser eleito, estarei legitimado, nos termos da legislação e nos termos dos estatutos, em vigor, para liderar a Federação Portuguesa de Judo, assumindo, desde já, devolver o judo a todas as judocas e a todos os judocas”, acrescentou José Mário Cachada, quando questionado pela Lusa face à possibilidade de vir a liderar uma direção que não escolheu, proveniente do anterior mandato.

As eleições de sábado, agendadas para Coimbra, terão 62 delegados, representativos de associações, clubes, praticantes, treinadores ou árbitros, e serão estes que têm a missão de escolher o novo presidente, eleito por uma maioria simples.

“A mudança não é apenas um modo de olhar para o problema, a mudança requer uma solução para esse mesmo problema, a mudança requer maturidade e, no caso em concreto, a presente mudança implica um certo risco, a mudança implica a possibilidade de aceitarmos, mesmo, eventuais desvantagens”, explicou ainda José Mário Cachada, em alusão ao facto de os delegados serem a mesma maioria que elegeu o anterior presidente.

Em relação ao futuro, sendo esta eleição apenas para o período remanescente até aos Jogos Olímpicos Paris2024, José Mário Cachada diz estar preparado para todos os cenários, frisando ser parte da solução e não um problema.

“Serei sempre uma solução, e nunca um problema, para todas as judocas e para todos os judocas, em Portugal, que acreditam numa Federação Portuguesa de Judo idónea, justa e transparente, a 29 de abril de 2023, ou em (e após) 2024. Desistir, para mim, não é opção, nunca foi, nunca será”, disse, em resposta por escrito à Lusa.

A Federação Portuguesa de Judo terá no sábado eleições apenas para o cargo de presidente, por indicação do Tribunal de Loures, após a destituição em dezembro de Jorge Fernandes, por incompatibilidades ao abrigo do artigo 51 do Regime Jurídico das Federações Desportivas.

Em causa estava o facto de o dirigente, eleito num primeiro mandato em 2017 e num segundo em 2020, ter integrado o filho como funcionário da federação e de desempenhar, cumulativamente, funções de treinador no Judo Clube de Coimbra.

Jorge Fernandes ainda se apresentou às eleições marcadas para 19 de fevereiro, dois meses após a destituição em dezembro, mas o Tribunal de Loures anulou poucos dias antes a convocatória eleitoral, justificando que o ato deveria destinar-se apenas ao órgão destituído, o de presidente.