Marco Morais foi a solução encontrada para orientar a seleção de judo que estará a partir de sexta-feira e até domingo no Grand Slam de Abu Dhabi, após o afastamento de Ana Hormigo, informou hoje a Federação (FPJ).

“Vai o Marco Morais, até porque o Marco já tem ido em outras alturas, como já esteve no Japão, duas ou três semanas, com os mesmos atletas. Conhece os atletas. No nosso modelo, temos seis treinadores, que estão em todos os treinos e estágios e prontos para acompanhar os atletas”, disse à agência Lusa o presidente da FPJ, Jorge Fernandes.

Marco Morais ‘assume’ a equipa de oito judocas que estará em competição, depois de, na segunda-feira, a olímpica Telma Monteiro ter dito que a Federação “despediu por email” a selecionadora Ana Hormigo, ainda na sequência de um conflito entre alguns atletas e o organismo.

“Hoje [segunda-feira], a federação despediu a treinadora Ana Hormigo, por email, no dia antes de a equipa viajar! Sem a equipa ou a própria saber de forma antecipada. Em semana de competição de apuramento olímpico!”, informou Telma Monteiro.

Também na segunda-feira, a Federação, através do seu presidente, explicou que Ana Hormigo não foi despedida, mas afastada da seleção principal, ainda na sequência do conflito em que sete judocas acusaram, através de uma carta, o dirigente de opressão.

“Não há nada decidido, se vai embora ou não vai. Agora, com as seleções, àquele nível, não vai trabalhar mais, garantidamente”, insistiu hoje Jorge Fernandes, em declarações à agência Lusa e em relação à treinadora Ana Hormigo.

Para Abu Dhabi, onde estarão os sete judocas que assinaram a carta, entre os quais Telma Monteiro, Jorge Fernandes optou por chamar Marco Morais, que contará com o apoio de João Neto, treinador do clube de Catarina Costa, na Académica.

“O Marco pode ser uma solução a curto, médio ou longo prazo. Não sei ainda”, adiantou o dirigente, sublinhando que no modelo existente na FPJ são seis os técnicos que acompanham permanentemente os judocas e todos podiam assumir esse papel.

O que Jorge Fernandes reitera é que não podem ser os judocas a gerir a Federação enquanto for ele o presidente.

“A Federação tem uma liderança forte, que foi reforçada na última Assembleia, no domingo, e os atletas têm que estar focados na prova, nos estágios e não podem ser eles a mandar na Federação. Enquanto for presidente da Federação, quem manda somos nós e não os atletas. Estamos a criar as melhores condições para que eles cheguem a Paris e possam disputar medalhas, não é participar nos Jogos, é disputar medalhas e têm de estar concentrados para isso”, disse ainda.

Em Abu Dhabi, Ana Hormigo, que também é treinadora do Benfica, tem a possibilidade de acompanhar os seus judocas, nomeadamente Rodrigo Lopes, Anri Egutidze, Telma Monteiro, Rochele Nunes ou Bárbara Timo, mas a expensas próprias ou através do clube, o que é permitido nas provas do circuito internacional.

O Grand Slam de Abu Dhabi segue-se aos Mundiais de Tashkent, nos quais Portugal competiu com oito judocas e alcançou uma medalha de bronze por Bárbara Timo (-63 kg), ainda orientada por Ana Hormigo.

Nos Emirados Árabes Unidos, a participação lusa começa na sexta-feira, com Catarina Costa (-48 kg), Joana Diogo (-52 kg), Telma Monteiro (-57 kg) e Rodrigo Lopes (-60 kg), prosseguindo no sábado, com Bárbara Timo (-63 kg), e termina no domingo, com Patrícia Sampaio (-78 kg), Rochele Nunes (+78 kg) e Anri Egutidze (-90 kg).