O novo presidente da Federação Portuguesa de Judo (FPJ), Sérgio Pina, garantiu hoje que espera que a paz e a tranquilidade voltem à modalidade, mesmo que continuem a existir divergências entre vários agentes.

Vice-presidente da anterior direção, liderada por Jorge Fernandes, destituído por irregularidades na sua gestão, Sérgio Pina foi eleito para completar o mandato, que termina em 2024, ao vencer no sufrágio José Mário Cachada.

"Não se pode pôr uma pedra em cima de tudo o que se passou, mas, a partir de hoje, mesmo havendo divergências, espero que a tranquilidade e a paz voltem à nossa modalidade, quer do ponto de vista dos intervenientes diretos, quer com as instâncias que nos tutelam e às quais temos de responder", disse Sérgio Pina.

Após ter tomado posse, numa cerimónia na sede do Comité Olímpico de Portugal, em Lisboa, Sérgio Pina garantiu que não vai centralizar a FPJ em si, referindo que, por exemplo, as convocatórias são da responsabilidade dos treinadores nacionais, embora ele tenha conhecimento.

Sérgio Pina substitui na liderança da FPJ Jorge Fernandes, destituído por conflitos de interesses, algo que o novo presidente garante não ter, relembrando que está ligado à modalidade desde 1976, então como atleta.

"Eu fui vice-presidente do doutor Jorge Fernandes nos quatro anos do primeiro mandato e nestes dois até haver a rutura. [...] Quem está no cargo de presidente pode e tem autonomia, depois tem de prestar contas em Assembleia Geral, de tomar as decisões que bem entende. Talvez nestes anos todos que a Federação existe não tenha havido uma direção que fosse tão cooperante com o presidente. Havia decisões, que posso confessar, que não concordávamos totalmente com elas, mas era a decisão do presidente, foi ele que foi eleito e que depois tinha de prestar contas", assumiu.

Os oito meses convulsos que a modalidade viveu fizeram com que, segundo Sérgio Pina, a FPJ estivesse "com o torniquete na garganta" a nível financeiro, algo que o líder percebe, "porque não havia presidente".

“Paralelamente, havia um processo eleitoral, com dois candidatos, e havia um grande perigo de a ajuda ser interpretada como apoio a uma das partes. Posso-vos dizer que mal o ato eleitoral foi feito houve quem nos ajudasse", garantiu.