Portugal terá quatro representantes nos Mundiais de taekwondo, em Guadalajara, México, nomeadamente Júlio Ferreira (-80 kg) e Joana Cunha (-57 kg), em ação a partir de segunda-feira, e Michal Zrihen (-46 kg) e Matilde Ferreira (-49 kg).

O quarteto escolhido compete no México em duas ‘levas’, com Júlio Ferreira e Joana Cunha a entrarem em competição já na segunda-feira, primeiro dia de competição após a cerimónia de abertura, e Matilde Ferreira a competir na quarta-feira e Michal Zrihen no fecho, no dia 20.

Estes atletas, explica à Lusa o presidente da Federação Portuguesa de Taekwondo (FPT), Abílio Costa, vão a Guadalajara “com algum apoio da federação, muito pouco”, e “quase tudo suportado pelos clubes ou por sponsorização própria”.

Envolta num imbróglio burocrático em torno do estatuto de utilidade pública desportiva, a federação espera “desde maio uma resposta do Instituto Português do Desporto e Juventude”, a menos de dois anos dos Jogos Olímpicos Paris2024.

De fora, por “razões diversas”, nota o dirigente, fica Rui Bragança, atleta olímpico e detentor de duas medalhas em Mundiais, de prata em 2011 e de bronze na última edição, em 2019, na cidade inglesa de Manchester.

“A FPT lamenta o facto de não conseguirmos levar mais atletas, mas também face à situação do país, da federação e da modalidade, estamos contentes por estes quatro atletas poderem estar presentes, e esperemos o melhor da parte deles”, declara Abílio Costa.

O dirigente federativo destaca a estreia de Matilde Ferreira em Mundiais de elite, aos 17 anos, numa estratégia de aquisição de experiência e pontos para ‘ranking’, difíceis de conseguir em provas menos cotadas.

Mais experientes são Joana Cunha, que recupera de “uma época menos conseguida” e poderá surpreender, e Júlio Ferreira, um atleta “que pode ter tudo no seu lado”, ainda que percalços, como a parca adaptação ao ‘jet lag’ e aclimatação, possam surgir.

Michal Zrihen, que em maio conquistou um bronze nos Europeus da modalidade, está entre o ‘top 30’ mundial e poderá “chegar a um pódio”, uma ambição que a própria assume, em entrevista à Lusa.

“Sinto-me muito bem e preparada. Trabalhei muito e afinei alguns detalhes nas últimas semanas. [...] Estou muito entusiasmada por estar nos Mundiais, poder competir e dar o meu melhor”, diz.

A lutadora, cuja ascendência sefardita lhe logrou a nacionalidade portuguesa após deixar Israel para treinar em Espanha em 2021, quer “desfrutar da oportunidade de competir e representar Portugal”, não escondendo a ambição.

“Se for o meu dia, sei que posso ganhar a qualquer uma. Tenho a qualidade, a força, o talento e a capacidade de o fazer”, atira.