As judocas Tema Monteiro e Joana Diogo, vencedoras do bronze nas categorias de -57 kg e -52 kg no Grande Prémio de Portugal, apontaram esta sexta-feira a "consistência" como fator primordial para obter melhores resultados nas próximas competições.
Em Almada, cidade onde cresceu e começou a praticar judo, Telma Monteiro venceu a francesa Martha Fawaz no seu terceiro e último combate do dia para assegurar a subida ao pódio, enquanto Joana Diogo derrotou a compatriota Maria Siderot, mas ambas coincidiram no aspeto a melhorar para o ciclo olímpico que se avizinha.
"Sei que vai sendo cada vez mais difícil ser consistente e manter este nível é sempre um desafio muito grande. Faltam dois anos para os Jogos Olímpicos, o que é pouco, e ao mesmo tempo muito, para o trabalho que ainda tem de ser feito. Portanto, quero desfrutar destes momentos, mas também continuar focada e a melhorar", apontou Telma, após a cerimónia do pódio.
A combater "literalmente em casa", de onde levou "mais uma boa memória", a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, que se mantém no programa olímpico para Paris'2024, lembrou ainda que passou por "um período difícil no último ciclo, à procura da consistência que foi faltando".
Por ser "muito difícil manter a consistência", insistiu, as medalhas de bronze, "às vezes, acabam por ser como as de ouro".
"Obviamente que vinha com o ouro em mente e podia ter acontecido, mas terminei o dia no pódio e é muito difícil ser consistente", frisou a judoca portuguesa mais medalhada de sempre.
A final do bronze, que venceu por ippon, confirmou a Telma que precisa de "apostar em estágios internacionais para lutar com as adversárias diretas e conhecer as jovens muito fortes que vão aparecendo".
Mas a derrota por "ippon", frente à holandesa Pleuni Cornelisse, no período de "golden score" nas meias-finais, mostrou que, nesta fase da época, ainda está com "falta de ritmo "randori" (treino com adversárias)".
"Consegui manter um ritmo elevado, mas depois faltou-me a preparação para mantê-lo e impor o meu judo durante mais tempo. É aí que sinto que me falta o confronto com as minhas adversárias diretas. Preciso desse desafio para evoluir e vou à procura", garantiu.
Antes, também Joana Diogo tinha frisado que o futuro imediato passa por "manter a consistência", apesar de sentir que tem vindo a consegui-lo nos últimos combates internacionais.
"Para mim está a ser importante ser consistente, porque nas últimas duas provas internacionais, em "Opens" europeus, fui disputar medalha também. Isso mostra que estou no bom caminho e ganho confiança. Mas o mais importante é que me senti bem a lutar", destacou a 67.ª classificada do ranking mundial em -52 kg.
Joana Diogo derrotou a compatriota Maria Siderot por "waza-ari" no decorrer do "golden score" do combate de atribuição do bronze, depois de ter perdido o combate anterior contra a mesma adversária, na final do campeonato nacional.
"Treinamos juntas todas as semanas e conheço-a muito bem, e ela a mim. São combates que, às vezes, nem sequer são bonitos por causa disso. Desta vez ganhei eu, na última ganhou ela, mas cada uma vai no seu caminho e temos todos o mesmo objetivo", comentou.
E o "objetivo" é a qualificação para Paris'2024, para o qual Joana Diogo se sente cada vez mais confiante, depois de ter subido de categoria, de -48 kg para -52 kg "há cerca de dois anos".
"Este resultado dá uma motivação especial para ir a Paris, porque demonstra que o trabalho está a ser bem feito. Já não sinto tanta diferença a nível físico. Quando subi sentia que elas tinham um bocadinho mais de força, mas agora estou a sentir mais equilíbrio, que são iguais a mim", analisou.
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