O Comité Olímpico Internacional (COI) está a ponderar uma punição ao comité nacional italiano, devido a uma possível ingerência do governo na gestão do organismo que tutela o desporto olímpico transalpino.

Entre as possíveis punições, que poderão estar em cima da mesa na reunião do comité executivo do COI marcada para quarta-feira, está a proibição dos atletas do país competirem com os símbolos nacionais nos Jogos Olímpicos.

Em causa está a criação, pelo governo italiano, de um organismo denominado Sport e Salute para administrar o dinheiro disponibilizado ao desporto, que antes de 2019 era gerido por uma estrutura do Comité Olímpico Italiano (CONI).

O presidente do COI, Thomas Bach, já escreveu duas cartas ao primeiro ministro italiano, Giuseppe Conte, advertindo que as mudanças impostas não permitem que o CONI desempenhe plenamente as suas funções e opere de acordo com a carta olímpica.

Bach admitiu mesmo que a suposta interferência governamental poderia ter influência na realização dos Jogos Olímpicos de Inverno2026, previstos para Milão e Cortina d’Ampezzo.

“O CONI, sendo signatário do contrato das cidades-sede dos Jogos Olímpicos de Inverno, pode, nestas circunstâncias, não ser capaz de cumprir as suas responsabilidades”, refere a carta do presidente do COI.

O ministro italiano do Desporto, Vincenzo Spadafora, respondeu ao COI, em novembro, prometendo reformas que dariam ao CONI “autonomia organizacional de funcional adequada, conforme previsto na Carta Olímpica”.

As reformas ainda não foram feitas, e o Sport Salute continua a ser responsável pela gestão dos 280 mil milhões de euros destinados ao desporto em 2020.