O presidente do Comité Paralímpico de Portugal (CPP) considerou hoje, no 10.º aniversário do organismo, que a renovação e a igualdade de género, aliados à equiparação com o movimento olímpico, são os grandes desafios do futuro.

“Temos conseguido resultados muito significativos, e isso é, naturalmente, um motivo de orgulho que nos impele a trabalhar”, disse José Lourenço, alertando para a necessidade de o movimento trabalhar “na renovação dos atletas e na igualdade de género, pois ainda há poucas mulheres a praticarem desporto adaptado”.

As preocupações do presidente do CPP foram corroboradas pelo ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, que destacou a necessidade de “levar mais gente com deficiência para a prática desportiva e de trazer para Portugal mais modalidade paralímpicas”.

O ministro enalteceu o trabalho “de convergência que tem sido realizado pelo CPP e pelas federações” e lembrou também o papel do poder político, destacando o aumento de 80% do valor do contrato-programa para os Jogos Tóquio2020 em relação aos Jogos Rio2016.

O presidente do CPP referiu que nestes 10 anos o organismo “percorreu um caminho enorme, que só foi conseguido com o trabalho de muitos atletas, treinadores, responsáveis e parceiros”.

José Lourenço destacou o trabalho que tem sido feito pelas federações de modalidade “na inclusão dos atletas paralímpicos” e considerou que esta junção “acrescenta ainda mais responsabilidade ao movimento paralímpico”.

Admitindo que a equiparação plena entre os atletas olímpicos e paralímpicos é um “caminho que está a ser feito”, José Lourenço destacou a evolução do valor do contrato-programa que subiu dos 3,8 para os 6,9 milhões de euros dos Jogos Rio2016 para os Jogos Tóquio2020.

O presidente do CPP defendeu a equiparação das bolsas de preparação atribuídas aos atletas olímpicos e paralímpicos, reconhecendo que o caminho está a ser feito, embora “nem sempre à velocidade que todos desejam”.

Humberto Santos, que durante oito anos presidiu ao CPP e antes liderou a comissão instaladora, afirmou que “só os resultados desportivos de excelência conseguidos pelos atletas têm permitido captar as atenções”.

O antigo presidente do CPP admitiu que “já foi percorrido muito caminho, graças ao trabalho de muita gente e de entidades públicas e privadas” mas alertou:

Criado em setembro de 2008, o CPP é membro do Comité Paralímpico Internacional (IPC), e foi o responsável pela gestão dos projetos paralímpicos Londres2012 e Rio2016.

O contrato-programa de preparação para os Jogos Tóquio2020 celebrado entre o CPP e governo tem um valor de 6,9 milhões de euros, verba que supera em 3,1 milhões a disponibilizada para os Jogos Londres2012.