José Mário Cachada, professor universitário, quer garantir a saúde financeira e reorganizar o modelo desportivo da Federação Portuguesa de Judo (FPJ), organismo em que volta a ser candidato à presidência.

O atual chefe de divisão municipal de Educação e Cultura da Câmara Municipal de Espinho, de 61 anos, apresenta-se pela segunda vez na corrida à liderança do judo nacional, depois de uma derrota em abril de 2023 para o atual líder do organismo, Sérgio Pina.

“Os dois objetivos prioritários do mandato serão os de promover a sustentabilidade financeira, restabelecendo o equilíbrio económico e financeiro da Federação, adequando os custos às receitas existentes e reestruturando o passivo existente à capacidade de reembolso da federação, assim como repensar e reorganizar o modelo desportivo da federação”, indicou José Mário Cachada, em declarações à agência Lusa.

Também antigo praticante de judo, Cachada apresenta-se a eleições com espírito de uma mudança na modalidade, sendo isso o que o move para esta nova candidatura, depois de se ter dado a conhecer em 2023.

“É uma equipa que deseja promover uma mudança, uma mudança com responsabilidade e com profissionalismo, no sentido de acompanhar as exigências que diariamente são colocadas a uma organização e uma modalidade de sucesso, como é o caso do judo”, justificou.

Para as eleições de sábado, agendadas para o Comité Olímpico de Portugal, o professor universitário confia em ter a maioria do apoio entre os 60 delegados, sendo precisos 31 para que exista uma vitória à primeira volta entre os três candidatos.

“Nós estamos confiantes (…). Acreditamos na necessidade absoluta de mudança para a modalidade, portanto, para a Federação Portuguesa de Judo. E, por essa razão, acreditamos que contamos desde já com os apoios necessários que nos poderão valer a eleição em 12 de outubro próximo”, disse José Mário Cachada, sem, porém, revelar essa 'contagem' de delegados.

O candidato da Lista B não deixou de reconhecer os sucessos alcançados nos últimos anos e quando a modalidade obteve medalhas importantes, três das quais de forma consecutiva em Jogos Olímpicos (Telma Monteiro em 2016, Jorge Fonseca em 2021 e Patrícia Sampaio este ano).

"Estes resultados, obviamente, entre outros, são uma consequência de muito trabalho por parte de todas as partes intervenientes no processo de desenvolvimento do alto rendimento. Os judocas, os parceiros de treino, treinadores, clubes, associações e, muito naturalmente, a Federação Portuguesa de Judo. Mas o desporto em geral e o judo em particular não é feito apenas e só destes resultados ao mais alto nível. Na verdade, na nossa opinião, importa de igual modo repensar e reorganizar o modelo desportivo do judo em Portugal, se desejarmos assegurar o futuro da modalidade", argumentou.

Os resultados olímpicos merecem o destaque do candidato da Lista B, mas José Mário Cachada insiste na necessidade de uma nova abordagem, com "uma gestão coerente, rigorosa e transparente, para que se atinjam os resultados de excelência".

José Mário Cachada, Jorge Fernandes e o atual líder, Sérgio Pina, concorrem à presidência da Federação Portuguesa de Judo, em eleições marcadas para sábado.

A Assembleia Geral eleitoral decorrerá na sede do Comité Olímpico de Portugal, entre as 15:00 e as 18:00, com a votação nas ‘mãos’ de 60 delegados, sendo necessária uma maioria de 31 ou mais para eleição numa primeira volta.

Caso não se verifique essa maioria, poderá fazer-se nova votação no mesmo dia, mas entre os dois candidatos mais votados, ou em outra assembleia a convocar com 30 dias de antecedência, conforme for deliberado pelos respetivos delegados.