A coordenadora do grupo de trabalho sobre igualdade de género no desporto, que levou a alterações na lei quanto à paridade nas federações, disse à Lusa estar “otimista” nos efeitos positivos da lei nos próximos anos.

“Gosto de acreditar que, com o esforço de todos, conseguiremos melhorar a questão. Estou otimista quanto ao que as federações agora terão que fazer neste percurso da igualdade de género”, assume Leila Marques.

A também vice-presidente do Comité Paralímpico explica que a aplicação de quotas, de pelo menos um terço de cada género nos órgãos sociais das federações desportivas e ligas, “era realmente fundamental”, porque sem elas o país “continuaria a marcar passo”.

Esta alteração ao Regime Jurídico das Federações Desportivas (RJFD) entrou em vigor em 16 de fevereiro e conta com uma norma transitória, que baixa para um quinto a exigência para eleições deste ponto em diante e até 01 de janeiro de 2026, quando sobe para 33,3%.

Esta foi uma de várias recomendações que o grupo de trabalho deixou ao desporto nacional há um ano, algumas já postas em prática, e visa uma transformação “transversal a todos os órgãos sociais”.

“Acredito que as federações estão empenhadas neste tema e o espelho disso mesmo é o prémio Desporto +Igual, cujo concurso está em vigor, tendo sido também uma das propostas emanadas pelo grupo de trabalho”, lembra.

De resto, nota já “bom trabalho nas federações nesta área”, nomeadamente um “papel ativo”, razões para estar otimista de que estas entidades “quererão cumprir não só porque está estabelecido na lei, mas porque efetivamente acreditam”.

“A curto prazo, acredito que tenhamos mulheres mais envolvidas no desporto, que já são capazes, mas sem oportunidade de o demonstrar”, afirma.

Atualmente, em mais de seis dezenas de federações desportivas nacionais, apenas três são lideradas por mulheres, casos das estruturas gestoras das modalidades de dança desportiva, petanca e lohan tao kempo.