Os mundiais de canoagem, de quinta-feira a domingo em Racice, República Checa, serão o "teste mais exigente às experiências" que a federação está a fazer tendo em conta já a missão Tóquio2020.

"Esse é o grande objetivo até 2018. Poder fazer experiências para que em 2019 possamos ter as melhores embarcações para apurar e para a participação nos JO [Jogos Olímpicos]", destacou à Lusa o presidente da Federação Portuguesa de Canoagem , Vítor Félix.

Apesar dos ensaios quanto à composição das tripulações, o dirigente lembra que "a canoagem portuguesa está numa fase de grande maturidade" motivo pelo qual "a conquista de medalhas é sempre um dos grandes objetivos em provas internacionais".

"Aliás, nos Europeus, onde estão boa parte das melhores seleções do Mundo, deu excelentes indicadores com a conquista de três pódios", vincou Vítor Félix.

Em concreto, o ouro de Fernando Pimenta em K1 1000, bicampeão, e à sua prata em K1 500, bem como ao segundo lugar do K2 200 Joana Vasconcelos/Francisca Laia - apenas a primeira distância é olímpica.

Esperando sair de Racice com medalhas, Vítor Félix aposta no "grande nível" de Pimenta em K1 1000, bicampeão europeu, e que, por isso, "será sempre um candidato ao inédito título de campeão do Mundo", sendo que o melhor desempenho foi o bronze em 2015, em Milão, na qualificação para o Rio2016, onde terminaria quinto.

"Faz parte de um lote muito reduzido de candidatos a disputar esse título", reforçou, elogiando "toda a experiência da equipa" que vai à República Checa.

Destacou também o K4 500 de Emanuel Silva, João Ribeiro, David Fernandes e David Varela: "Agora competem numa distância nova - antes eram os 1000 metros - mas o sexto lugar no Europeu deixou ótima impressão".

Emanuel e João também competem em K2 1000 - quarto lugar no Rio2016, o melhor desempenho da canoagem lusa no Brasil - depois de terem falhado os Europeus, por incompatibilidade de horário com o K4 500.

"Também será de esperar que entre na luta pelo pódio", frisou.

Quanto à equipa feminina, fala de "renovada esperança" no K4 que "voltou em força com o regresso de Teresa Portela", um barco que conta ainda com Francisca Laia, Joana Vasconcelos e Márcia Aldeias, que substitui Maria Cabrita, que nos Europeus ajudou ao nono lugar na final.

Portela fará também o K1 200 e 500, competições nas quais espera que a versada atleta "atinja as finais".

"Nas canoas, o percurso tem sido mais difícil, em virtude do fim dos 200 metros nos Jogos a favor dos 1000. A performance do Hélder Silva e do Nuno Silva tem sido consistente, mas há ainda um longo caminho pela frente", vincou, referindo-se à nova tripulação que nos Europeus falhou a final.

Vítor Félix destaca "o trabalho dos atletas, treinadores nacionais e clubes" no êxito da canoagem lusa, recordando que este é apenas o início do ciclo olímpico "e muita coisa pode ainda acontecer, daí a necessidade de experimentar as diferentes opções disponíveis".

"A canoagem portuguesa e os seus atletas nada mais têm a provar. Este é o ciclo da afirmação da maturidade da modalidade, com boa parte dos internacionais numa fase de enorme experiência. Todos com títulos internacionais, ainda assim com fome enorme de medalhas. É isso que nos faz trabalhar todos os dias! Em cada competição somos candidatos ao pódio!", concluiu.