A Confederação do Desporto de Portugal (CDP) lamentou hoje o facto de o desporto “continuar a não ter a devida valorização política”, referindo-se aos valores previstos no Orçamento do Estado para 2020, que espera ver corrigidos na especialidade.

“As verbas inseridas no Orçamento do Estado não são maiores do que as anteriores e as federações desportivas têm tido dificuldades. Nos anos da ‘troika’, muitas federações, sobretudo as maiores, perderam grande parte do financiamento que tinham e esses valores ainda estão muito longe do que tinham para o desenvolvimento desportivo dessas modalidades em 2010 e 2011”, lamentou Carlos Paula Cardoso.

Em declarações à Lusa, o presidente da CDP refere-se à manutenção do montante previsto para o setor em 2020.

“As federações estão numa fase em que querem crescer, desenvolver planos, ações de formação e encontram dificuldades. Não têm verbas suficientes para poderem dar azo ao seu trabalho”, completou.

O dirigente, que admitiu ter recebido um ‘feedback’ de “descontentamento” de várias modalidades, disse acreditar, ainda assim, no reforço dos montantes durante a discussão na especialidade.

“O orçamento está em fase embrionária, na generalidade, e depois vem a votação na especialidade. A nossa sensibilidade é que possa ser possível provocar algum acréscimo que venha ao encontro dos projetos das nossas federações”, desejou.

Carlos Paula Cardoso revelou que na logo na quarta-feira a CDP pediu uma audiência aos vários grupos parlamentares para lhes dar conta das suas preocupações, aguardando agora resposta dos mesmos.

O dirigente entende ainda a CDP é o interlocutor privilegiado entre as federações e a tutela, uma vez que estas são suas associadas – “tirando casos excecionais, as olímpicas e não olímpicas” – e o organismo se assume como a “casa” das mesmas e o lugar “onde as coisas devem ser discutidas”.

De acordo com o Orçamento do Estado para 2020, o Governo pretende aperfeiçoar os programas de preparação olímpica e paralímpica e o combate ao racismo e violência no desporto, assim como à dopagem e à manipulação de resultados, de forma a afirmar Portugal no contexto desportivo internacional.

Segundo o Relatório que acompanha a proposta de Orçamento do Estado para 2020 (OE2020), entregue na segunda-feira no parlamento, a afirmação de Portugal no contexto desportivo internacional constitui um "objetivo macro para os próximos anos".