O canoísta Fernando Pimenta lamentou hoje não ter conquistado o ouro na prova de K1 5.000 metros dos Mundiais de Copenhaga, mas recordou que o título nos olímpicos K1 1.000 metros “chega e sobra” para fazer um “ótimo” balanço do ciclo olímpico.
“Está feito. Dei o meu melhor. Parabéns ao húngaro que venceu e ao atleta da casa, que permitiu sem dúvida uma boa atmosfera. Agora, é ir para casa, com 108 medalhas em caixa. Se tivesse ganho, era a melhor forma de fechar a época. Mas o título de campeão do Mundo chega e sobra”, vincou.
Um dia depois de ter celebrado o ouro no K1 1.000, Pimenta cumpriu os 5.000 metros em 20.03,19 minutos, sendo apenas 22 centésimos mais lento do que o vencedor, o húngaro Balint Noe, campeão europeu na distância. O dinamarquês Mads Pedersen foi terceiro, a 10,28 segundos do vencedor.
“Foi uma época muito dura, muito longa e estes dois adversários preparam-se [especificamente] para o Mundial. Não estavam melhor preparados, mas mais frescos. Sem dúvida que a prata sabe bem, mas foram milésimos para o ouro. Cometi o erro de ‘sprintar’ bastante tarde, deixei-o ganhar muito espaço”, lamentou.
Apesar dos dois pódios, Pimenta apresentava semblante de descontentamento, recordando que trabalha “para vencer”.
“Gosto de ganhar. Trabalho para vencer. Dedico a minha vida e dia a dia em prol de vitórias, de conquistar medalhas para Portugal e para os portugueses se orgulharem ao máximo”, confessou, revelando que antes da largada ouviu três crianças dinamarquesas chamar pelo seu nome na margem oposta, “sem dúvida um momento fantástico”.
No recorde de pódios de uma seleção de Portugal em Mundiais (cinco), Pimenta queria contribuir com duas de ouro, pedindo “desculpa” aos compatriotas por não ter ganho.
“Agora, só quero chegar a casa, entregar as medalhas à minha filha e descansar. Estar com ela o tempo que não estive até hoje”, concluiu, cedendo às lágrimas.
O treinador Hélio Lucas destacou a “raça, determinação e força de vontade” que o seu pupilo coloca no trabalho diário, considerando “excelentes” os dois pódios mundiais, destacando a “recuperação do título na distância olímpica”, o K1 1.000 metros.
“Agora, é analisar tudo o que foi feito, fazer um balanço e preparar as coisas para que em Paris2024 ele possa cumprir o sonho de ser campeão olímpico”, rematou.
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