O Politécnico de Leiria e a Câmara apresentaram na última quarta-feira o projeto MOVIDA.polis, um programa de aconselhamento de atividade física informal, baseado numa aplicação móvel de prescrição e monitorização, disse à agência Lusa o investigador responsável, Rui Fonseca Pinto.

Rui Fonseca Pinto explicou que a parceria com a Câmara de Leiria, que poderá ser alargada a outras autarquias da região ou do país, centra-se no MOVIDA.polis, que se traduz num "treino personalizado", que é possível obter "através de um algoritmo de inteligência artificial".

Em cinco estações de treino do percurso Polis da cidade de Leiria está colocada uma placa identificativa com um QR Code (código de barras bidimensional), que disponibiliza um programa de treinos adequado à pessoa.

Antes da primeira utilização é necessário colocar informação sobre a condição física e os objetivos que cada utilizador pretende ver alcançados, para definir um nível de ‘fitness' inicial.

Segundo adiantou Rui Fonseca Pinto, após descarregar previamente a aplicação, o cidadão faz a leitura do QR Code com o telemóvel e a plataforma indica-lhe os exercícios adequados à sua condição física.

"Se a pessoa indicar, por exemplo, que tem algum problema cardíaco ou outra contraindicação, a aplicação envia uma notificação a aconselhar o utente a consultar o seu médico", indicou o investigador.

O MOVIDA.polis regista o treino efetuado e indica se "a pessoa cumpriu a prescrição, o nível de desempenho", nomeadamente a "frequência cardíaca" e compara o "seu nível de ‘fitness'".

Esta monitorização vai permitir "adaptar o próximo treino", sugerindo "um aumento ou diminuição do grau de exigência dos exercícios", acrescenta Rui Fonseca Pinto.

O Movida é um programa, que tem o financiamento da Fundação para a Ciência e a Tecnologia, que permite a prescrição e monitorização do desempenho e níveis de adesão ao programa de exercício prescrito, para utilizadores com doença metabólica (MOVIDA.Cronos), desenhar e acompanhar um programa de reabilitação cardíaca (MOVIDA.Eros), acompanhar e quantificar movimentos dentro de casa (MOVIDA.Domus), e também aceder a um programa de treino estratificado integrado num circuito de manutenção com objetivo de manter ou melhorar a condição física em utilizadores saudáveis (MOVIDA.polis).

Rui Fonseca Pinto adianta que as aplicações ‘Cronos' e ‘Eros' "têm de ter a intervenção de um profissional de saúde".

"Este projeto é uma forma de pôr as pessoas a mexer e também poderá funcionar como fator de motivação, porque o nível de ‘fitness' vai-se alterar e o utilizador fica com um histórico de todo o seu exercício".