Os atletas portugueses de tiro com armas de caça estão a preparar a participação nos Jogos Europeus de 2023, mas já sonham com a presença nos Jogos Olímpicos Paris2024.

Depois de, em Tóquio2020, ter interrompido uma série dois Jogos sem participação portuguesa na disciplina, João Paulo Azevedo quer voltar a concretizar o sonho de estar novamente no maior evento desportivo mundial.

“[Estar em Paris2024] Era mais uma vez um sonho realizado. Consegui realizar para Tóquio. E este aqui era o concretizar de mais um sonho. E se não houver o covid-19 agora, esperamos que não, até a família pode estar presente e ver um evento daquela dimensão, é uma coisa espetacular”, referiu à agência Lusa.

Depois de ter terminado em 20.º a prova de fosso olímpico em Tóquio2020, João Paulo Azevedo diz não sentir mais pressão, pois “a pressão era nunca ter chegado aos Jogos”.

“Agora, cheguei aos Jogos, a pressão está lá na mesma, mas acho que não há pressão extra nesse aspeto. Acho que, como digo, a experiência começa a ser maior, com mais idade. Acho que o treino que temos feito e o trabalho que temos feito com o treinador e com toda a equipa, acho que está a resultar e está a dar frutos. E temos vindo a demonstrar com as várias medalhas que temos alcançado nos últimos anos. Acho que a equipa está muito forte”, assegurou.

O segundo classificado no ranking mundial de fosso olímpico e quinto no ranking olímpico aponta agora aos Jogos Europeus, na Polónia, nos quais será atribuída uma quota para os Jogos Olímpicos, acreditando que “alguém da equipa vai conseguir” estar em Paris.

“A preparação está boa. Saímos esta semana agora também para o Cairo para mais uma Taça do Mundo. Estamos bem classificados no ranking mundial. Temos atletas nos primeiros seis [do ranking olímpico]. E para os Jogos Europeus acho que vamos com a equipa forte, mais madura, com as últimas participações. E com um foco bom para alcançar as finais e as medalhas”, assumiu.

Durante uma cerimónia no Clube de Tiro de Vale das Pedras, na Ota, que contou com a presença de vários antigos atletas olímpicos, entre os quais Armando Marques, medalha de prata em Montreal1976, também Maria Inês Barros disse que o “grande objetivo” é a conquista de uma quota olímpica.

“Nesta prova [Jogos Europeus], vamos ter a disputa de uma quota olímpica, esse é o grande objetivo, mas antes disso é fazer um bom resultado para conseguimos entrar na final e para depois conseguirmos essa disputa [pela vaga disponível]”, disse a jovem, de 21 anos, à agência Lusa.

Para a 12.ª do ranking mundial, que é quarta na hierarquia olímpica, “era mesmo espetacular” assegurar já a presença nos Jogos Olímpicos, mas alertou que “depende das condições, depende dos treinos, depende de muita coisa”.

“Esse [Jogos Olímpicos] já tem sido um objetivo desde que comecei em seniores. [...] Eu faço tiro desde os meus 14 anos e meio, 15, mas desde sempre que acompanho o meu pai, por isso desde sempre que eu sei o que custa e o que temos de pensar e de trabalhar para conseguirmos esses objetivos. Porque desde que comecei praticamente, que esse era o meu grande objetivo”, assumiu.

Armelim Rodrigues vai ter “uma experiência nova” ao estar pela primeira vez nos Jogos Europeus, para os quais tem “estado a fazer uma boa preparação”.

“Acho que estou a um nível muito bom e espero que tragam de lá uma medalhinha ou duas, o objetivo é esse. É complicado, porque todas as equipas estão a fazer uma preparação muito intensa para a prova, é uma prova de grande mérito, sempre uma prova de responsabilidade e vamos fazer o máximo para trazer uma medalhinha”, disse.

Sobre os Jogos Olímpicos, Armelim Rodrigues, 22.º do mundo, afirmou que estão “todos a trabalhar para isso já há vários anos”, assumindo que a equipa lusa tem “estado cada vez com melhores condições ao nível da preparação”, pelo que já não há “grandes diferenças em relação às seleções mais credenciadas”.

“Estamos neste momento a subir no ranking, a tentar ganhar os lugares que estão disponíveis já este ano. Vamos tentar fazer isso, nos Jogos Europeus temos um lugar disponível, no Campeonato do Mundo e no Campeonato da Europa também há vagas e vamos tentar alcançar esse lugarzinho para o país”, assegurou.

Armelim Rodrigues diz que Portugal tem “uma equipa muito unida”, que tem “tido bons resultados”.

“Estamos a evoluir e sempre que alguém ganha o lugar olímpico é um orgulho muito grande, porque trabalhamos todos para o mesmo e quando não somos nós que seja um nosso”, assumiu.

Também presente nos Jogos Europeus, para completar a equipa masculina, vai estar José Faria, que vê em Portugal “uma equipa muito forte”, em que “qualquer um pode conseguir individualmente um título, uma medalha”.

“Não me surpreende que um deles chegue lá e ganhe ou fique em segundo ou terceiro. Temos qualidades para isso. A nível de equipa, somos uma equipa muito forte, já medalhados este ano. Ficámos em segundo numa Taça do Mundo. E vamos lá para ganhar. Não vamos lá para participar. Vamos lá com o objetivo mesmo de ganhar uma medalha, trazer uma medalha para o país”, afiançou.