Retido do futebol desde 2013, Louis Saha (antigo internacional francês e ex-jogador do Manchester United) tornou-se empresário e criou a 'AxisStars' - uma rede privada onde as 'estrelas' podem relacionar-se diretamente com marcas e prestadores de serviços para assegurar contratos de patrocínios.
Atualmente com 41 anos, o antigo jogador esteve na Web Summit para explicar como tornou o seu talento para o futebol numa marca e teve a companhia de Paige VanZant, um dos rostos da UFC e uma estrela nas redes sociais.
Na palestras, os dois atletas esclareceram como é que os atletas devem usar as redes sociais como marca própria.
"Os atletas deveriam ser treinados para saber o que estão a fazer. Tudo tem de ser explicado aos jogadores para eles saberem o caminho a seguir neste mundo. Temos de ser muito cautelosos, porque o mais pequeno erro pode deitar tudo a perder. Somos vistos como 'cliché' por sermos atletas, temos de ir contra isso e mostrar às pessoas que somos mais que isso", começou por alertar Saha.
O antigo jogador lembrou ainda que é importante que o atleta "consiga criar química com as pessoas e os seus seguidores. Temos de ser mais do que mentores e 'coaches'. Mas, é importante ter atenção ao risco de perder a autenticidade, é preciso saber ver os limites. Temos de aprender a expressar-nos da melhor forma porque temos pessoas a assistir a tudo isso. Eu costumo fazer 'brainstormings' com a minha equipa para partilhar ideias de forma a que a identidade não se perca. Eu quero ter a possibilidade de estar feliz, triste e chateado. Não quero mostrar só as coisas boas, quero mostrar a realidade".
No entanto, Saha referiu ainda que nem tudo é positivo nas redes sociais. "Toda a gente pode criticar, não podemos levar para o lado pessoal. É muito difícil de lidar com os 'haters', mas temos de saber explicar que os aspetos que eles possam não gostar são escolhas nossas. É importante ponderar bem o que partilhamos, também não queremos cair no erro de fazer inveja aos seguidores", rematou o antigo jogador.
Já Paige VanZant admitiu que chegou a um ponto em que percebeu que as redes sociais tinham de fazer parte da sua carreira. "Temos de nos distrair do facto de sermos atletas a tempo inteiro. Quando fiz isso consegui criar um grande número de fãs e consegui deixar de ser apenas atleta para passar a ser algo mais, abri horizontes e isso permitiu-me, por exemplo, estar aqui presente na Web Summit para contar a minha história", começou por explicar a lutadora.
"Primeiro tens de ser bom atleta e só depois podes ser bom como marca. Mas, com as redes sociais conseguimos mostrar aos seguidores não só o final do nosso trabalho, no meu caso uma luta, mas também a forma como chegámos até lá. No final de contas todos estamos a lutar contra ou para alguma coisa. É importante as pessoas verem como é que chegamos a um determinado fim", disse Paige.
No entanto, e tal como Louis Saha, a lutadora lembrou também que existem riscos nas redes sociais e que, por isso mesmo, prefere manter a vida familiar privada. "A minha família fica fora das redes sociais, quero protegê-los. Além disso, tudo é filtrado para me manter protegida a mim também. As redes sociais são uma peça do puzzle na minha carreira, mas eu gosto de manter a minha vida pessoal para mim porque ninguém tem nada a ver com isso", concluiu Paige VanZant.
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