A seleção angolana de atletismo para deficientes estará ausente do campeonato do mundo para atletas com deficiências visuais (T11), a disputar-se em maio próximo, em Seul, Coreia do Sul, por falta de verbas, anunciou este sábado à Angop, em Luanda, o secretário-geral do Comité Paralímpico Angolano (CPA), António da Luz.
Falando após a chegada ao país da representação angolana que conquistou nove medalhas (três de ouro) no meeting internacional de Tunis, explicou que a instituição não teve condições de até dia 10 de março último pagar a quota de participação junto da organização do torneio, qualificativo aos Jogos Paralímpicos de 2016, no Rio de Janeiro.
O também representante da CPLP junto do Comité Paralímpico Africano disse que a ausência de Angola na competição mundial complica o programa do CPA tendo em conta os objetivos no evento do Brasil.
"Se não cumprirmos com o nosso programa é melhor esquecermos o Rio de Janeiro2016, porque não interessa irmos à competição passear. Estamos apostados em ir ao Rio de Janeiro para mantermos aquilo a que nos habituámos, que é subir ao pódio, mas desta forma não vamos conseguir", lamentou.
O antigo basquetebolista disse que a presença no campeonato do mundo de Doha (Qatar), em outubro deste ano, está ameaçada caso até 10 de abril não seja pago 50 por cento da quota de participação, acrescentando que se acontecer o pior, quase tudo preparado tendo em conta o Rio de Janeiro deixará de ter efeito.
António da Luz defende que começar a preparar a seleção apenas em janeiro do ano da realização dos Jogos Paralímpicos, em Setembro, é contra-producente, sendo nesta perspetiva que o CPA programou ações a partir do ano em curso no âmbito de um trabalho que se iniciou em 2012 com a catalogação de 35 atletas, a maior parte deles jovens, para a obtenção dos mínimos exigidos pelo Comité Paralímpico Internacional.
"Para aquilo que é a nossa atividade nós precisamos de maior apoio. Nós somos candidatos a medalhar em todas as provas em que participamos", referiu, acrescentando que nas competições programadas estarão presentes os potenciais adversários de Angola nos jogos de 2016, nas provas de velocidades em T11, especialidade onde o país é mais forte.
Depois de goradas as hipóteses de competir em Seul, o também comentarista desportivo disse que contactos estão sendo feitos para a participação num torneio internacional em França, também em maio, apesar de não ser qualificativo.
Informou, entretanto, que a presença no meeting de São Paulo, em abril, está garantida, explicando que em função dos acordos existentes entre Angola e Brasil ao nível do desporto adaptado pode ser feita uma exceção de a quota ser paga posteriormente.
Conquistaram medalhas em Tunis (Tunísia) os atletas José Chamoleia, da província do Huambo (classe T11- deficiente visual) com duas medalhas de ouro nos 200 e 400 metros e outra de prata nos 100, enquanto Esperança Gicaso, de Luanda (T11), obteve uma de ouro nos 100 metros, prata nos 200 e bronze nos 400.
O atleta da província de Malanje Fernando Simão (T11), conquistou duas medalhas de prata nos 200 e 400 metros. Já Alberto Lussasse, deficiente motor (T46), do Bié, conseguiu o bronze nos 800 metros.
Estiveram ainda presentes Befilia Buiyo (Bié-T11) e Alcides Festo (Huambo), António Rock (Namibe) e Laureta Cassinda (Huambo), todos da classe T54 - sequelas de poliomielite, lesões medulares e amputações.
Comentários