A maratonista do Feirense, de 36 anos, concluiu os 42,195 quilómetros em 2:45.08 horas, na 60.ª posição, a 20.45 minutos da vencedora, a etíope Amane Beriso Shankule, que gastou 2:24.23 horas.

A atleta natural de Oliveira do Bairro cumpriu a primeira meia maratona em 1:15.12 horas, a 43 segundos do grupo da frente, quebrando na segunda metade – aos 30 quilómetros já seguia a 8.10 minutos da dianteira.

“Não sinto que tenha pagado a fatura, porque eu sei que a preparação correu muito bem. Estávamos confiantes e sabíamos que estávamos a valer algo muito interessante, mas, pronto, isto é um campeonato. Mesmo as primeiras atletas não correram a ritmos demasiado elevados, também se protegeram, e, no meu caso, foram os problemas gastrointestinais que acabei por ter que me fizeram parar várias vezes, com dor de burro e para vomitar”, explicou.

Apesar das dificuldades, Solange Jesus, que admitiu ter desidratado durante a corrida, disputada sob uma temperatura cerca dos 29º celsius, perseguiu o objetivo de concluir a prova.

“Tentei sempre, e mesmo com a ajuda do público também, tentar terminar a competição, porque esse era o primeiro objetivo. Fiz a primeira paragem por volta dos 23 quilómetros, quando ainda faltava muita prova, e, depois, a partir daí, foram várias as vezes que tive de parar”, lamentou.

Mesmo longe do seu recorde pessoal de 2:28.15 horas, conseguidos já este ano, na Maratona de Paris, em 02 de abril, Solange Jesus disse ter-se sentido “fisicamente bem” e, sobretudo, “feliz”.

“Estou feliz, porque terminei. E senti-me bem! A nível muscular estou bem, não senti demasiado o desgaste da prova, porque fiz uma preparação muito boa, sem percalços, mas foi um dia menos conseguido”, conformou-se.

Solange Jesus admitiu procurar a marca de qualificação para os Jogos Olímpicos Paris2024, fixada em 2:26.50 horas.

“Ainda estamos na luta, porque Paris2024 é só para o ano por vem”, vincou.

Das 78 inscritas e das 77 presentes, terminaram 65 atletas.

Amane Beriso Shankule venceu a emblemática distância da maratona em 2:24.23 horas, impondo-se à sua compatriota Gotytom Gebreslase, campeã em Oregon2022, por 11 segundos, enquanto a marroquina Fatima Ezzahra Gardadi terminou na terceira posição, a 54.

Os melhores resultados lusos nesta emblemática distância foram conquistados por Rosa Mota, em Roma1987, e Manuela Machado, em Gotemburgo1995, quando se sagraram campeãs do mundo.