O Benfica vai disputar sob protesto a Taça dos Clubes Campeões Europeus de Atletismo (TCCE) no próximo fim de semana, contestando a decisão da Associação Europeia (AEA) de não aceitar a participação de Pedro Pichardo.

Em comunicado, o Benfica informa ter recebido a comunicação da AEA há cerca de uma semana, na qual refere que Pedro Pichardo não poderá ser utilizado como português, sustentando-se numa decisão anterior da Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF), que tem como base a participação internacional em campeonatos de seleções.

O Benfica revela que vai competir sob protesto e que o seu representante no triplo salto será Pedro Pichardo, atleta de origem cubana.

O clube 'encarnado' diz "discordar totalmente" da decisão e alega que a própria IAAF comunicou oficialmente que o atleta é elegível como português para as outras competições, como a Liga Diamante, circuito de meetings que decorre sob a sua alçada, que está num nível organizacional superior à TCCE e que o atleta já fez parte da equipa na edição do ano passado como português - e foi aceite -, quando o Benfica se sagrou vice-campeão europeu.

No comunicado, o Benfica questiona o porquê da decisão: "Terá sido a AEA influenciada por alguma das equipas competidoras? Não saberá a AEA que a decisão e respetiva comunicação no presente 'timing' pode influenciar o potencial desportivo da equipa do Benfica no objetivo de alcançar o título europeu?"

O clube português estranhou ainda o facto de a organização estar a promover a prova nas redes sociais com uma imagem de Pedro Pichardo associada à bandeira portuguesa.

O Benfica revelou ainda ter recebido hoje "nova resposta insatisfatória e sem sustentação nos regulamentos oficiais da competição".

"A AEA continua a omitir que cabe à Federação Portuguesa (FPA) informar da elegibilidade dos atletas como nacionais ou estrangeiros", refere o clube, alegando que a FPA reforça essa mesma posição

Os 'encarnados' sustentam ainda que "para o Benfica, o melhor atleta do mundo no triplo salto em 2018 é cidadão português e tem os mesmos direitos que qualquer outro cidadão em espaço europeu. É isto mesmo que está legislado pelo Parlamento Europeu, e sob este aspeto está a ser avaliada intervenção na justiça comunitária".