O presidente do Maratona Clube de Portugal, Carlos Móia, mostrou-se hoje confiante de que o recorde da Maratona de Lisboa será batido no próximo domingo, na nona edição, que foi hoje apresentada.

"Esperamos, para já, bater o recorde da prova. Não acredito que se bata o recorde do mundo, mas estou confiante que vamos bater o recorde da prova. Temos atletas para isso, tanto na meia maratona como na maratona. Em Londres, no passado domingo, o melhor atleta fez 2:04 horas, os sete melhores fizeram 2:07, nós temos 11 atletas com tempos até 2:07, portanto, perspetiva-se tanto em masculinos como em femininos, uma boa prova”, disse.

Móia considerou que na meia-maratona também [pode cair o recorde] porque o percurso é melhor, toda a zona da Matinha foi melhorada, portanto também é mais rápido”.

“O nosso principal objetivo é bater os recordes. Nós já estamos dentro das 20 provas no mundo fixadas nas duas horas e seis minutos, portanto, melhorar é possível”, afirmou Móia.

O recorde da Maratona de Lisboa está fixado em 2:06.00 horas e, apesar de não ser o principal objetivo, Moia acredita que com condições climatéricas favoráveis é possível bater a marca.

“No ano passado, não fixámos nos 2:05 por um pequeno erro dos juízes portugueses. Esperemos que isso não aconteça outra vez este ano. E aqui, tal como foi dito pelos atletas, o clima tem um papel muito responsável. Em Londres correu-se com 18 graus, uma temperatura fresquinha, simpática, os nossos 25 graus tornam tudo mais difícil”, referiu.

As previsões indicam que estejam cerca de 25 graus durante o decorrer da prova e, por isso, Carlos Móia aproveitou a conferência de imprensa para apelar a todos os atletas que "respeitem os seus limites" e que "usem os vários postos de abastecimento para se hidratar bastante".

Móia revelou ainda terem existido alguns problemas com os vistos dos atletas e que, há três semanas, se corria o risco de muitos deles não estarem presentes.

"A questão dos vistos preocupa-me. Há países onde Portugal não tem consulados, portanto temos de recorrer a outros. E esses consulados, naturalmente, estão preocupados com os seus próprios vistos. Tivemos na situação em que vários consulados nos disseram ‘não fazemos os vistos, não temos tempo’. O Ministério dos Negócios Estrangeiros, juntamente com a simpatia do consulado da Etiópia tentou dar uma pequena ajuda, porque o consulado português na Etiópia não passa vistos. Tivemos de pedir à Polónia, vejam bem, não foi nada fácil. Espero que para março seja mais fácil, que mal eu tenha os atletas que consiga logo tratar disso”, disse.

A Maratona de Lisboa, com partida às 08:00 de Cascais, fechou aos 6.000 inscritos e a Meia Maratona, em conjunto com a prova não competitiva de 8km - a Mini Maratona, ambas com partida às 10:30h na Ponte Vasco da Gama, fecharam com 16.000 participantes. De salientar que, no pelotão que se apresentará a 9 de outubro, quase 40% dos participantes são estrangeiros, de 90 nacionalidades diferentes, sendo que França, Reino Unido e Espanha são os países com mais representação.

Na divisão por género, os dados concluem que 40% dos participantes são mulheres e 60% são homens.

Na Maratona estarão 16 atletas com recordes pessoais abaixo das 2:10 horas, incluindo o atual campeão da Meia Maratona e também recordista do percurso, o etíope Andualem Belay Shiferaw (2:05.52).

Conhecedor do percurso lisboeta, até porque já venceu por cá em duas ocasiões (2019 e 2021), Shiferaw terá como grandes adversários o compatriota Mekuant Ayenew Gebre (2:04.46) e o queniano Nicholas Kirwa (2:05.01). Shiferaw corre para quebrar a marca pessoal, a marca da prova e, se vencer pela terceira vez, fará história como o primeiro atleta a vencer a prova por vezes. De ressalvar que, este ano, o atleta etíope venceu já a Maratona de Ottawa, no Canadá.

 “Esta é a terceira vez que estou cá, estou feliz por estar aqui. A corrida é muito boa e acho mesmo que vou ganhar no domingo. Se o tempo estiver bom, vou ganhar pela terceira vez e com novo recorde”, disse, com confiança, Shiferaw.

Quanto às atletas femininas, a atleta com melhor marca pessoal é a queniana Priscah Jeptoo (2:20.14), de 38 anos, destacando-se ainda os nomes da compatriota Bornes Jepkirui Kitur (2:21.26) e da etíope Abebech Afework (2:23.33). Jeptoo foi sexta na Maratona de Hamburgo este ano, ao passo que Afework acabou a Maratona de Daegu, na Coreia do Sul, em quarto.

Na Meia Maratona, o grande destaque é o queniano Isaac Kipsang Temoi, o único dos presentes com recorde abaixo da hora: 59.44. Vencedor da prova da capital portuguesa em 2019, Temoi terá como principais adversários os ugandeses Maxwell Kortek Rotich (1:00.20) e Isaac Kibet (1:00.20) e ainda o etíope Dinkalen Ayele Adaen (1:00.29). Em relação aos portugueses presentes, destaque para Hermano Ferreira (1:01.24), Rui Pinto (1:02.56) e Miguel Borges (1:04.55).

No setor feminino, nota para a presença de seis atletas com marcas abaixo dos 70 minutos, com destaque para Magdalena Shauri (1:06.37), Ludwina Chepngetich (1:07.30), Stella Jepkosgei Rutto (1:07.45), Alemaddis Eyayu (1:08.04).

No pelotão feminino estarão ainda Carla Salomé Rocha, de regresso às meias maratonas quatro anos depois de ter feito nesta mesma Meia Maratona a sua melhor marca pessoal (1:12.12), Susana Cunha, que esteve este ano na maratona dos Europeus de Munique, Dulce Félix (1:08.33) e Sara Moreira (1:09.18).