O presidente da Federação Portuguesa de Atletismo, Jorge Vieira, afirmou esta quinta-feira que o atletismo português podia ser uma das maiores atividades em Portugal. Na conferência de imprensa do lançamento da segunda edição da Maratona de Lisboa, o presidente afirmou que vê com bons olhos este tipo de atividades.

“Devemos ter sempre o espirito da maratona. É uma prova que mostra os limites da vontade e do querer. O desporto é uma escola da antiguidade clássica. Não me canso de promover os valores intrínsecos da modalidade. A maratona é efetivamente a modalidade Olímpica número um. Se tivéssemos uma política desportiva séria e coerente, o atletismo seria a modalidade número 1, a modalidade prioritária. O atletismo reúne todas as caraterísticas: o correr, o saltar, o lançar. É a junção de todas as qualidades numa só área”, declarou o presidente da Federação Portuguesa de Atletismo.

A segunda Maratona de Lisboa conta, até agora, com 3.500 participantes confirmados, mas para a organização a meta que querem atingir deverá ser atingida nos próximos dias. Para Carlos Móia, organizador da prova, as inscrições até podem exceder o limite.

“Posso dizer-vos que temos 3500 corredores confirmados. Estamos confiantes que vamos alcançar a meta dos 4000 e talvez ultrapassa-la. Se acontecer gostaríamos de poder levar mais gente, mas é o número que nos foi imposto pelos nossos patrocinadores. Temos medalhas para mais do que 4000, mas não depois não temos t-shirts e dorsais para mais gente”, frisou.

Até agora já estão confirmados grandes nomes ligados à Maratona com destaque para Martin Lel do Quénia. O atleta foi vencedor da Maratona de Nova Orleães (2010) e tricampeão da Maratona de Londres (2005, 2007, 2008). Para além do queniano, também Robert Kwambai (Quénia), Lobuwan Lukas Rotich (Quénia) e Teklemariam Medhin (Eritreia) estão certos.

No setor feminino, destaque para as confirmações da vencedora da maratona de Milão, Japkesho (Quénia) e de Agnes Kiprop (Quénia) e Sitvkoskyy Oleksandr (Ucrânia).

Apesar do número elevado de participantes, o organizador deixou o aviso para próximas edições.

“Tudo muda, nunca sabemos o que muda. A ideia é que há mudanças seja para melhor ou para pior. Não pensem que para o ano vai ser melhor. Vai ser pior. Nós gastamos mais, o Estado não ajudou e deixaram de ter vontade. Para o ano vão haver mais cortes. Estou pessimista. Portanto, este agradecimento aos patrocinadores é muito sentido”, revelou Carlos Móia.

A edição deste ano vai contar com alterações em relação ao ano passado. Para tornar a prova mais fácil para os atletas, os organizadores do percurso decidiram excluir a passagem pelo casino do Estoril durante a duração da prova. Assim, o itinerário começa no hipódromo de Cascais e segue, através do passeio marítimo, rumo ao Parque das Nações sem passar pelo casino. A decisão de mudar o percurso foi tomada pela organização da prova para ajudar os atletas. Para Carlos Móia, há duas mudanças na organização que vão ser dominantes.

“Na edição deste ano existem duas mudanças principais. Primeiro, vai começar mais cedo. No ano passado, a maratona começou às 10h30 da manhã. Todos se queixaram que era muito tarde. Os corredores que vão pela competição demoram cerca de duas horas e mais alguns minutos, mas as pessoas que vão pela atividade em si demora três, quatro, cinco horas e acabamos no pico do calor.

Este ano, vamos começar mais cedo. Queremos dar início à corrida às 8h30 da manhã. Assim, chegamos ao Parque das Nações por volta da hora de almoço. A segunda mudança deve-se ao percurso. Vamos começar no hipódromo, quem tem estacionamento e tudo o que nós precisamos, vamos à porta do Inferno e começamos a descer. Passamos pela câmara e continuamos a descer. A ida ao casino fica de fora para pouparmos os atletas”.

A Maratona de Lisboa está marcada para o próximo dia 5 de outubro. A prova começa em Cascais, com passagem por Oeiras e terminando no Parque das Nações. Paralelamente, para quem se quiser inscrever, vai haver uma corrida à parte de menor extensão.