Jakob Ingerbritsen, o mais novo de um fabuloso grupo de irmãos noruegueses que 'dão cartas' no meio-fundo, ainda não tem 18 anos e já domina a nível europeu nos 1.500 metros, como hoje se viu em Berlim.
A final dos 1.500 metros foi fecho 'de luxo' da jornada nos Europeus de atletismo, com uma corrida tática impecável de Jakob a deitar para segundo plano Henrik e Filip, os seus irmãos mais velhos, e ainda os sempre competitivos ingleses e o polaco Marcin Lewandowski, prata após uma grande arrancada final que pecou por tardia.
Chegou a pensar-se num inédito pódio para três irmãos, mas não foi assim, e Jakob ganhou, em 3.38,10 minutos, com Lewandowski a quatro centésimos apenas e o inglês Jake Wightman um pouco mais distanciado.
A medalha de ouro dos 1.500 continua na posse da família, já que Jakob sucede a Filip, hoje só 12.º, e a Henrik, o campeão de 2012, que nesta corrida de Berlim cortou em quarto.
Só em setembro Jakob Ingerbritsen fará 18 anos, o que deixa antever um futuro fabuloso para quem já vale 3.31,18 de recorde, uma marca que já o coloca no patamar dos bons corredores africanos.
A penúltima final do dia, os 110 metros barreiras, foi outro ponto alto do dia, pela forma como se decidiu, com dois milésimos a apartar o campeão, o francês Pascal Martinot-Lagarde, ao russo (aqui individual) Sergei Shubenkov, já por duas vezes campeão continental.
Ambos terminaram em 13,17 segundos e a olho nu não foi possível perceber quem era o campeão - só o 'photo-finish' permitiu entregar a 'coroa' ao gaulês.
A 'equipa' dos Atletas Neutrais Autorizados - na prática, os russos que estão 'limpos' de doping - saiu-se melhor no salto em altura feminino, onde Maria Lasitskene, de longe a favorita, ficou com o primeiro lugar, com 2,00 metros, a mesma marca de Mirela Demireva, mas com menos derrubes na progressão.
Ainda no setor feminino, sagraram-se campeãs do heptatlo (a belga Nefissatou Thiam), dos 800 metros (a ucraniana Natalia Pryschepa, dos 400 metros barreiras (a suíça Lea Sprunger) e do triplo salto (a grega Paraskevi Papahristou).
A final do triplo estava órfã da campeã de há dois anos, a portuguesa Patrícia Mamona, mas os lusos contaram com Susana Costa, mais uma vez presente a este nível e a ser 11ª, com 13,97 metros.
Igualmente finalistas portugueses foram Lecabela Quaresma, 16.ª no heptatlo) e Ricardo Santos sétimo nos 400 metros, desta vez sem recorde nacional, após o ter superado por duas vezes nas rondas anteriores - o vencedor da volta à pista viria a ser o britânico Mathew Hudson Smith, como se esperava, à frente dos belgas Kevin e Jonathan Borlée.
A outra final do dia foi de satisfação para o público local, com a alemã Christin Hussong a ganhar o seu primeiro grande título no dardo como sénior.
A nível de portugueses a jornada já tinha dado para a qualificação para a final do triplo do 'eterno' Nelson Évora, com a sexta marca da ronda, tal como a de Marta Pen, impecável na forma como foi terceira numa série de 1.500 metros, a render apuramento direto.
Lorene Bazolo passou uma ronda de 200 metros, para se ficar pelas 'meias', a estafeta feminina de 4x400 metros não conseguiu chegar à final e no salto com vara Diogo Ferreira também ficou abaixo do seu potencial, longe da marca da final.
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