Samuel Barata assumiu estar “frustrado e triste” pelos erros de medição que não viabilizaram os seus recordes nacionais de estrada dos cinco e 10 quilómetros, contudo já está focado em tentar um lugar na maratona de Paris2024.
“Sinto-me um bocado frustrado e triste porque fiz o meu trabalho, treinei. Surgiu a oportunidade para ir a esta prova certificada pela World Athletics, corrida nos últimos dois anos a ritmos muito rápidos, e fui com a expectativa de bater o recorde nacional, pois a minha forma indicava que era possível. E aconteceu…”, contextualizou.
Em declarações à Lusa, contou que duas semanas mais tarde da prova em Brasov na Roménia, a Word Athletics foi medir novamente o percurso, prática protocolar sempre que há um novo máximo mundial, como aconteceu no feminino, e verificou que a mesma tinha menos 25 metros do que era suposto, ou seja, somente 9.975.
“Infelizmente, não estava tudo ok. E é chato porque sai de lá com a expectativa de ter batido os recordes e isso não é real. Por diferença de 25 metros”, contou.
Samuel Barata cumpriu o trajeto em 27.45 minutos, superando assim o registo de 28.11 de Fernando Mamede em 1985.
“Por um lado, não estou desmotivado, pois sinto que estou em excelente forma. Tinha batido recorde na mesma, pois faria esses 25 metros em quatro, cinco segundos, tinha feito marca na casa dos 27.50, mas é muito mau. Significa que ainda há organizações não competentes”, lamentou.
Explicou que o erro de medição se verificou numa curva com uma rotunda, sendo o que percurso não dava a volta à mesma, mas passava pelo trajeto menor, algo que aconteceu em várias passagens.
Isso pressupõe que a melhor marca portuguesa dos cinco quilómetros, que fixaria nos 13.33, também não foi homologada, pelo que continua a valer a de Paulo Guerra, de 13.51, em 1996.
“Fiquei duplamente frustrado. Mas também estou contente, pois esses recordes poderiam ser mentira, não eram reais. Prevaleceu a verdade e a credibilidade desportiva”, valorizou.
Ainda assim, lamenta pelo facto de ser “difícil” encontrar “oportunidades destas”, nomeadamente competições tradicionalmente muito rápidas conjugadas com um estado de forma que considera “excelente”.
Agora, o foco está já nos Mundiais de estrada de Riga, em 01 de outubro, nos quais pretende bater o recorde nacional da meia-maratona, que pertence a Luís Jesus, com 01:00.56 horas, enquanto o seu melhor é 01:01.40. Se o conseguir, acredita que vai ficar no top 30.
“Isto é um caminho em que o grande objetivo é preparar-me para a maratona que vou fazer brevemente, no outono. Quero fazer uma para me qualificar para os Jogos Olímpicos Paris2024, que é o meu grande objetivo”, confessou, prometendo revelar “oportunamente” onde se vai estrear nos 42,195 quilómetros.
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