A atleta portuguesa Inês Henriques, que hoje se sagrou campeã europeia nos 50 quilómetros marcha, nos Europeus de atletismo em Berlim, admitiu que queria ‘recuperar’ o recorde do mundo, mas que o título era o mais importante.

"Pretendia bater o recorde do mundo, mas com as dificuldades não foi possível, o principal objetivo era ser campeã da Europa", disse a ribatejana que agradeceu muito, no seguimento do que o seu treinador, Jorge Miguel, afirmara, ao fisioterapeuta que a acompanhou e “que ajudou bastante", depois de terminar a prova em 4:09.21.

A marchadora do CN Rio Maior tinha o recorde mundial da distância (4:05.56 horas) desde 13 de agosto de 2017, quando conquistou o título mundial, em Londres, mas em 05 de maio último a chinesa Liang Rui conseguiu nova melhor marca (4:04.36).

Hoje, em Berlim, a portuguesa voltou a subir ao mais alto lugar do pódio, juntando o título europeu ao mundial, numa corrida difícil, face ao tempo quente que se fazia sentir na capital alemã.

"Inicialmente seguia muito bem, mas a temperatura foi subindo ao longo da prova, e por volta dos 30 km senti dificuldades, e a perna cedeu um pouco. Felizmente tinha uma grande vantagem e controlei a prova. Assim, juntei ao título de campeã do Mundo o de campeã da Europa", assinalou

A atleta de Rio Maior, de 38 anos de idade, andou a ritmo de recorde do mundo até aos 30 quilómetros, onde passou com 2:25.18, mais de um minuto melhor que idêntica passagem no mundial de Londres (2:26.35), mas já estava em quebra.

Com uma diferença de mais de três minutos para a segunda, a ucraniana Alina Tsvililiy (04.12.44), Inês frisou que podia ter sido melhor.

“Poderia ter sido muito maior, se tivesse sentido uma temperatura mais agradável", referiu, adiantando que agora aparecerão mais atletas e com melhores registos.

A atleta chegou a acenar para a bancada de imprensa, à passagem do quilómetro 18, e antes da partida foi filmada a dançar, explicando que, antes de tudo, pensou em divertir-se, como lhe tinha pedido o treinador.

"Foi um momento brilhante sim, o meu treinador disse para me divertir e foi o que eu fiz, estava tão contente que só pensei em deixar-me embalar com o ritmo”, justificou.