A marchadora portuguesa Inês Henriques, de 42 anos, assumiu a ambição de estar nos Jogos Olímpicos Paris2024, depois de ter conquistado hoje, em Porto de Mós, no distrito de Leiria, o quarto título nacional nos 35 km.
“Foi um bom treino em que consegui sagrar-me campeã nacional. Angariei pontos para o ‘ranking’ mundial, que era importante para a equipa portuguesa. Nos 35 km, vai haver uma equipa [mista] portuguesa nos Jogos Olímpicos e eu estou a lutar para lá estar. Independentemente do homem que for, vou lutar para estar nos 35 km, mas não descurando os 20 km, porque não quero estar dependente de outra pessoa”, disse a marchadora à agência Lusa, após a vitória nos nacionais.
Em Porto de Mós, a atleta apresentou-se algo limitada por “uns contratempos de saúde”.
“Quando assim é, a saúde está primeiro, e depois está o treino. Vim cá para me divertir, começar com calma, com paciência. Quis procurar que na última parte me sentisse bem, sabendo que me faltavam quilómetros [de treino], pelos tais problemas de saúde. Nos últimos três senti falta dos quilómetros [de preparação], mas foi muito positivo”, considerou.
Relativamente a desafios futuros, Inês Henriques prefere, para já, perceber como gerir melhor a condição física.
“Agora, vou pôr mais um pouco de ritmo. Espero que os problemas de saúde tenham parado. Mas percebi que tenho de diminuir o treino. Já não posso treinar duas vezes por dia. Como a minha sobrinha diz, eu já não tenho 20 anos, tenho 42…”, brincou.
Por isso, apesar de estar a trabalhar com objetivo de competir em Paris, a atleta quer, acima de tudo, divertir-se.
“Tenho de me limitar a fazer o que posso. O que não posso, não posso! Vou procurar divertir-me, porque quero, nestes últimos anos da minha carreira, sentir-me bem e fazer isto porque ainda gosto e sinto prazer. O resto vem por acréscimo”, concluiu.
Quem não chegou ao fim dos 35 km em Porto de Mós foi Ana Cabecinha, que se sagrou campeã nos 20 km para veteranas.
Segundo o treinador Paulo Murta, a marchadora sentiu uma dor num joelho cerca dos 19 km e antecipou o fim da participação nestes nacionais.
“Fazia parte da preparação um treino longo, mas o objetivo não era ser campeã ou fazer a marca que fosse”, disse o técnico à agência Lusa.
“Aos 18, 19 km o joelho começou a doer um bocadinho, devido à idade dela e ao frio, mas pensámos que desse para terminar, porque o objetivo era fazer 25 km ou até terminar. Mas a dor era muito insuportável e acabámos por desistir, nada mais do que por prevenção. Porque o objetivo dela continua a ser os 20 km”, acrescentou Paulo Murta.
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